Comparativo entre silagem da BRS Capiaçu e silagem de milho

Comparativo entre silagem da BRS Capiaçu e silagem de milho

24 de março, 2023

A diferença entre a produção de matéria natural (MN) do BRS Capiaçú e a do milho para a silagem passa de 200 toneladas, refletindo - assim - a maior oferta de matéria seca (MS) desta gramínea por hectare, apesar do menor teor de matéria seca kg.

O investimento por hectare na formação da BRS Capiaçú é de, aproximadamente, R$ 21.500,00/ha (dados atualizados de Pereira et al. 2016), com vida útil maior do que 20 anos, se bem manejado. O milho, ao contrário, necessita ser plantado todo ano, com um custo de plantio mecanizado de R$ 12.000,00/há (dados atualizados de Pereira et al.2016), aproximadamente (milho safra), considerando os riscos inerentes da cultura.

Embora os teores de fibra em detergente neutro (FDN) e ácido (FDA) da BRS Capiaçú sejam mais elevados que os da silagem de milho, a inclusão do fubá de milho no processo de ensilagem pode torná-lo competitivo em relação à silagem de milho.

Paula et al.(2020) verificaram resposta linear (P< 0,05) da adição de fubá de milho na silagem de BRS Capiaçu, sobre os teores de MS, FDN e FDA. Não foram reportadas diferenças significativas (P>0,05), para proteína bruta (PB) e extrato etéreo EE). Segundo estes, a adição do fubá diminuiu as perdas por gases efluentes e aumentou a recuperação da MS (P<0,05).

A utilização de níveis crescentes do fubá de milho reduziu as perdas fermentativas e - como consequência - melhorou o valor nutritivo da silagem de Capiaçú, sendo recomendado níveis de inclusão acima de 10% de fubá de milho. Contudo, os autores não relataram o custo da adição do fubá, nem a viabilidade econômica da silagem da“BRS Capiaçú+ fubá”, comparada com à silagem de milho.

Os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite compararam o resultado econômico e financeiro de dietas, contendo silagem de Capiaçú + fubá de milho e silagem de milho, para vacas em lactação.

Para tanto, utilizou-se um modelo que permite simular e analisar o risco econômico destas duas tecnologias sob enfoque sistêmico. Optou-se pelo nível de 7% de adição do fubá na silagem de Capiaçú, conforme resultados já em teste pelo setor produtivo em parceria com a Embrapa.

Para a simulação, utilizou-se um modelo matemático representativo de um sistema de produção real. Analisou-se a viabilidade econômica e financeira de dois sistemas de produção:

i) à base de silagem de milho;

ii) à base de silagem da cultivar de capim-elefante BRS Capiaçú, considerando-se o valor presente líquido por hectare/ano (VPL).

Foram obtidos os seguintes resultados conforme Tabela 1 a seguir.

Tabela 1. Síntese dos resultados econômico-financeiros dos sistemas à base de silagem de milho (SSM) e à base de silagem de BRS Capiaçú com fubá de milho (SSCFM) utilizando-se os valores mais prováveis de ocorrência das variáveis de risco, conforme o Quadro 1.

Fonte: MilkPoint

 

Quadro 1. Variáveis e valores de risco considerados na análise (número de iterações = 50.000 o que significa que 50.000 sistemas foram simulados usando os valores de risco).

Fonte: MilkPoint

 

Pode-se concluir que devido a elevada produção de matéria seca que pode ser obtida pela cultivar BRS Capiaçú, frente ao milho para silagem, observa-se uma grande economia de área utilizada e redução de riscos devido a sua perenidade.

Mesmo quando ensilado com fubá de milho, a silagem se mantém competitiva em relação à silagem de milho, podendo ser utilizada para vacas com elevada produção de leite, sem qualquer prejuízo na produção, desde que suplementada com concentrados bem formulados.

Desta forma, observa-se que o sistema à base de silagem do BRS Capiaçú produz um lucro líquido a valor presente/hectare/ano, aproximadamente, três vezes maior do que o sistema à base de silagem de milho, em função da grande economia de área que proporciona.

 

Fonte: MilkPoint

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