Otimizando a performance das bezerras e novilhas de leite

Otimizando a performance das bezerras e novilhas de leite

10 de dezembro, 2021

O Dr. David Bell, pesquisador da Scotland´s Rural College (SRUC), da Escócia, analisou o impacto da ambiência térmica no desempenho de bezerras de leite. Seu primeiro desafio foi com bezerras expostas a temperaturas muito mais baixas do que no útero.

Bell falou sobre temperaturas críticas mais baixas – o ponto em que a bezerra precisa mudar sua postura e movimentar-se no cercado para se aquecer. No nascimento, isso fica por volta de 15°C, mas cai para 0°C em um mês, embora as raças de gado tenham diferentes temperaturas críticas. A temperatura crítica mais baixa para a bezerra Jersey, por exemplo. é muito mais alta do que para a Holandesa.

O estudo envolveu 300 bezerras em um rebanho leiteiro durante todo o ano, onde a temperatura do ar, a umidade relativa, a velocidade do vento, o peso vivo e os escores de saúde foram monitorados desde o nascimento até 28 dias de vida.

Taxa de crescimento dos bezerros

As bezerras foram alojadas em casinhas individuais de 6 a 14 dias antes de irem para o alojamento em grupo. Os resultados mostraram que bezerras nascidas entre dezembro e fevereiro, na casinha, foram expostas a temperaturas críticas mais baixas, o que afetou sua taxa de crescimento. Colocar mais cama e lâmpadas de aquecimento teve um efeito positivo na saúde e nas taxas de crescimento dos animais, mas isso não pôde ser provado para bezerras que usavam capas. “Não subestime a importância do ambiente no início da vida [dos bezerros] e os impactos do ambiente onde vivem no seu crescimento”, disse ele.

Robert Hyde, pesquisador PhD da Universidade de Nottingham, destacou mudanças práticas de alojamento e manejo para bezerras saudáveis ​​e produtivas. Hyde disse que bezerras leiteiras têm desafios nas fazendas, pois há muitos problemas de saúde e bem-estar para as vacas, então as bezerras tendem a ser negligenciadas. A pesquisa documental mostra que quase metade dos bezerros do Reino Unido enfrentam doenças respiratórias e diarreia (46% / 48%), enquanto 1 em cada 5 não passa por transferência passiva e as taxas de mortalidade são de 4,5%.

Usando dados do British Cattle Movement Service (BCMS) entre 2011 e 2018, Hyde disse que 25% de todos os animais que morreram nas fazendas morreram nos primeiros 3 meses de vida.

A parte central do projeto era desenvolver planos para a saúde das bezerras. Um total de 60 fazendas leiteiras foram selecionadas e visitadas, instalações foram medidas e, durante 6 meses, a temperatura e a umidade foram medidas a cada 15 minutos. Amostras de sangue e resultados de testes bacteriológicos de colostro foram coletados e os seguintes dados foram monitorados: peso ao nascimento, taxa de desmame, prevalência de doenças e taxa de mortalidade.

Entre os principais resultados estão:

  • Colostro: os produtores precisam fornecer o suficiente (3/4 litros dentro de 6 horas após o nascimento).
  • Nutrição: bezerras em crescimento precisam de 6 a 8 litros por dia.
  • Higiene: os currais de bezerros devem ser limpos a cada 30 dias e as baias de parto a cada 21 dias.
  • Alojamento: a temperatura é muito importante; cama e aquecimento adicionais podem ajudar.

As 60 fazendas selecionadas foram divididas aleatoriamente, sendo que metade recebeu um plano de ação para as bezerras com 20 fatores-chave. Os resultados mostraram que estas fazendas (com o plano para as bezerras) tiveram taxas de mortalidade e níveis de diarreia mais baixos, embora as taxas de pneumonia permanecerem estáveis em todas as propriedades.

Sistemas de pastejo de novilhas

Robert Patterson – pesquisador PhD do Agro-Food and Biosciences Institute em Hillsborough, da Irlanda do Norte – destacou a otimização dos sistemas de pastejo para novilhas, dizendo que havia uma grande variedade de práticas pós-desmame e que, de modo geral, era o elemento mais comumente esquecido em um sistema leiteiro.

Patterson disse que os produtores de leite queriam trabalhar com uma política de parto aos 24 meses, para obterem um bom retorno sobre o investimento. Isso significava que os animais precisavam atingir a puberdade aos 13 meses e estarem gestantes aos 15 meses, portanto uma boa nutrição com bons ganhos de peso eram importantes. “A grama é um recurso subestimado – é o alimento mais barato e um bem valioso e deve ser incorporado tanto quanto possível nas dietas”, disse ele.

O primeiro estudo investigou a oferta ideal de pasto para novilhas de reposição, de modo a se atingir o desempenho ideal dos animais e da pastagem. Tem havido pesquisas limitadas nesta área, mas as diretrizes de consumo da indústria variam de 2-3% do peso para animais em crescimento.

No ensaio de 159 dias, a oferta de pastagem (% peso corporal) para novilhas leiteiras vazias teve os seguintes resultados:

  • Um ganho 0,80 kg/dia foi atingido com a oferta diária de pasto de 3% do peso corporal das novilhas;
  • Um ganho 0,75 kg/dia foi atingido com a oferta diária de pasto de 2,4% do peso corporal das novilhas; e
  • Um ganho 0,64 kg/dia foi atingido com a oferta diária de pasto de 1,8% do peso corporal das novilhas.

Os números foram diferentes para novilhas prenhes. De modo geral, a oferta ideal de pasto para atingir o crescimento desejado sem alimentação suplementar e níveis aceitáveis ​​de utilização do pasto foi de 3% do peso corporal para novilhas vazias e 2,4% do peso corporal para novilhas gestantes. As novilhas à frente da meta poderiam receber menor oferta de pastagem, de modo a se atingir taxas mais altas de utilização da pastagem, acrescentou ele.

 

Fonte: Dairy Global

Disponível em: https://www.dairyglobal.net/dairy/calves/optimising-dairy-cow-youngstock-performance/?utm_source=tripolis&utm_medium=email&utm_term=&utm_content=&utm_campaign=dairy_global

Traduzido e adpatado pela Equipe do Canal do Leite

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