Marcelo de Paula Xavier


Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

canaldoleite@terra.com.br

PUBLICAÇÕES

O sucesso do Circuito Nacional da Raça Jersey

25 de junho, 2020

Escrito por Marcelo de Paula Xavier*, M.Sc.

Conforme expliquei na minha última coluna, o ano de 2013 marcou o inicio de uma grande mudança no modelo que vinha sendo adotado - desde 1992 - para as Exposições Nacionais da raça Jersey (inicialmente com a Expomilk e depois com a Feileite).

Após um período de transição com uma Nacional sendo realizada em Avaré/SP (2013) e duas em Castro/PR (2014 e 2015), no ano de 2016, foi criado o Circuito Nacional da Raça Jersey (CNRJ). O CNRJ é um evento bem mais robusto e democrático, que envolve um série de etapas (exposições) no ano, com as Campeãs Nacionais sendo escolhidas por um comitê de jurados, em votação secreta e com regras bem definidas.

A mudança envolveu um grande esforço da diretoria da Jersey Brasil e do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da associação. A migração do sistema antigo – com apenas uma Exposição Nacional – teve que ser feita em um tempo recorde para que tivesse êxito e desse os frutos desejados.

No último trimestre de 2015, foram envidados grandes esforços para a elaboração/aprovação das regras do modelo novo e, paralelamente a isto, para o engajamento de todos os envolvidos. Mas, o sucesso foi absoluto. O advento do CNRJ representou não somente a inclusão de muitos animais e produtores nas Exposições Nacionais da raça, mas também um significativo aumento da visibilidade para o gado Jersey no Brasil.

O primeiro Circuito Nacional teve 4 etapas. A primeira foi realizada no mês de abril de 2016, na cidade de Itajubá/MG (foto). Depois, ainda naquele ano, foram feitas as etapas de Braço do Norte/SC, Castro/PR e Esteio/RS. Com uma grande presença de criadores e simpatizantes de todo o país, o CNRJ foi aberto com chave de ouro.

Pela primeira vez nas últimas décadas, abriu-se a possibilidade para que jersistas de todo Brasil participassem das Exposições Nacionais sem restrições1, podendo escolher em qual(is) evento(s) levar seus animais ou, mesmo, tendo mais oportunidades de visitar uma Nacional do Jersey e ficar por dentro das novidades da raça.

Nos anos seguintes, o CNRJ continuou crescendo e se desenvolvendo. Nos 4 edições já finalizadas - ou seja, não considerando este ano que está sendo atípico por causa da pandemia - houve a participação de mais de 3600 animais e mais de 100 expositores, computando-se as 20 etapas realizadas de 2016 a 2019. 

Além de todos as vantagens já descritas, o CNRJ tem outro grande mérito. Com o novo sistema implantado, as disputas ficaram bem mais iguais e qualquer produtor brasileiro - seja ele do tamanho que for - tem a possibilidade de fazer uma Campeã Nacional. Haja vista que, em todas as edições do CNRJ, de 30% a 40% dos produtores participantes ganharam prêmios e receberam suas homenagens nas festas de encerramento do CNRJ.

As Grande Campeãs Nacionais
Na era do CNRJ, tivemos 3 Grande Campeãs Nacionais, sendo que uma delas - SURENA GILLER TENFEN - entrou para a seleta galeria das vacas que ganharam este título 2 vezes. Junto com ela temos ainda GRANCLARE MI FAN STAR 57T (da Cabanha Butiá) e TOPS WILMA OF SSF (da Fazenda Nogueira Montanhes). Cabe destacar que a vaca RICH VALLEY EXPERT SHEILA, também da Fazenda Nogueira Montanhês, reina sozinha como a única Tri Grande Campeã Nacional, sendo que todos os 3 títulos foram conquistados na Era da Expomilk.

O Circuito Nacional da Raça Jersey teve um retumbante sucesso. O CNRJ viu o número de suas etapas aumentar, chegando a 6 exposições no ano de 2018. Além disso, o número de animais e criadores envolvidos se mantem bastante expressivo, o que atraiu mais patrocinadores e gerou mais visibilidade para o Jersey brasileiro.

Por tudo isto, o CNRJ fez história e virou exemplo para outras associações de raça!

 

Notas:

1 - Por restrições sanitárias, os produtores de Santa Catarina - e mais recentemente do Paraná - não podem levar seus animais para eventos em Estados que não sejam livres de aftosa sem vacinação, a menos que os animais permaneçam lá em definitivo, sem nunca poderem retornar.

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*Marcelo de Paula Xavierformado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, com Mestrado em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi presidente da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil por 2 mandatos consecutivos e atualmente é editor do Canal do Leite.

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