Coronavírus: ABRALEITE manifesta preocupação com risco eminente de paralisação da cadeia do leite
Segundo Geraldo Borges – presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite (ABRALEITE) – algumas decisões de gestores públicos podem interferir no abastecimento do leite e impedir que este chegue até a indústria.
“Pudemos presenciar nos últimos dois dias, prefeitos de diversas cidades do país publicando decretos que obrigam o fechamento de fábricas, comércio e restringem o transporte, o que nos preocupou muito, pois inviabilizam o funcionamento de nossa cadeia produtiva do leite”, esclarece Geraldo.
Na coletiva de imprensa que aconteceu na tarde de sexta (20/03), o próprio presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegaram a criticar ações individuais adotadas pelos estados, como fechamento de estradas e aeroportos.
Geraldo Borges alerta que esta eminente paralisação não compromete apenas os produtores de leite, mas toda a cadeia do setor lácteo e consequentemente o abastecimento nacional.
“Para o leite e seus derivados chegarem até a mesa, existe uma logística mais exigente do que em outros setores. Nós temos um processo de transporte para a coleta e outro depois de passar pela indústria. Se a livre circulação for afetada nos municípios, o leite não chegará a indústria para beneficiamento e isso pode ocorrer também depois de industrializado”, explica Borges.
Neste período de quarentena, pode-se observar um aumento significativo de pedidos de entregas em domicílio. Mas, é importante salientar que para se fabricar uma simples pizza, um produto fundamentel é o queijo. Além disso, iogurtes, manteigas, entre outros lácteos da nossa cesta básica, podem não chegar a nossa mesa.
Segundo avaliação da ABRALEITE, com a evolução do Coronavírus, as lideranças do setor tem se dedicado a garantir a viabilidade da atividade leiteira, conversando e solicitando ao Governo ações que mantenham a continuidade:
- Da produção de leite em todas as propriedades rurais do Brasil;
- Da logística de captação nas propriedades e entregas das indústrias ao comércio;
- Da atividade das indústrias de laticínios em todo o país.
A ABRALEITE e outras instituições demonstram preocupação com o grande risco de uma paralisação da cadeia produtiva do leite no Brasil, bem como com o próprio abastecimento de alimentos à população. Em nota, a entidade informa que algumas solicitações já foram atendidas pelo Governo Federal, com o Decreto 10.282 publicado na sexta-feira (20/03).
Nele, destacam-se as seguintes atividades descritas como essenciais:
- Produção, distribuição, comercialização e entrega de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas;
- Transporte e entrega de cargas em geral;
- Atividades acessórios de suporte e disponibilização dos insumos necessários às cadeias produtivas relativas ao ecercício e ao funcionamento dos serviços públicos e das atividades essenciais.
Além dos serviço essenciais atendidos no referido decreto, a ABRALEITE solicita ao Governo Federal uma trégua em impostos e suspensão temporária de encargos como FGTS e INSS (Funrural).
“Seguiremos atentos a essa crise provocada pela pandemia do Covid-19, trabalhando em prol da nossa classe produtora de leite e de toda cadeia produtiva do leite no Brasil, garantindo leite e derivados nas mesas de todos os brasileiros", finaliza Geraldo Borges.
Fonte: Agronews Brasil e Abraleite