Economistas do Rabobank preveem baixa global nos preços do leite

Economistas do Rabobank preveem baixa global nos preços do leite

Os economistas Mary Ledman e Ben Laine, do Rabobank, apontaram uma perspectiva de baixa para os preços do leite nos próximos 12 meses, em um webinar de 75 minutos apresentado pelo I-29 Moo University Consortium na última terça-feira (25/08).

Ledman é a estrategista global de laticínios do Rabobank e Laine é seu vice presidente de pesquisa em laticínios. Os economistas apontam que os próximos 12 meses serão repletos de incertezas na produção global de leite, bem como no comércio e no consumo de laticínios. Desta forma, para os EUA, eles estão projetando preços do leite entre US$ 15 e US$ 16 para a Classe III nos próximos 12 meses, um pouco abaixo dos preços futuros atuais. Para a Classe IV, eles estão prevendo preços na faixa de US$ 13 a US$ 14; ou seja, muito mais baixos do que os atuais preços futuros.

Uma das grandes questões é como a produção de leite vai se recuperar. “Espere um crescimento positivo na produção de leite nas regiões ‘Big 7’ até o primeiro semestre de 2021”, disse Ledman (ela define ‘Big 7’ como sendo a União Europeia, os Estados Unidos, a Nova Zelândia, a Austrália, a Argentina, o Brasil e o Uruguai).

A produção de leite nos EUA deve aumentar em mais de 1% no ano, podendo ficar perto de 1,5% se o aumento da produção de julho for um indicador do que está por vir, diz ela. A produção da Oceania também pode subir de 1% a 1,5% durante o ano de produção 2020/2021.

Outro fator é que uma grande unidade de produção de queijo poderá entrar em operação no estado de Michigan, no 4º trimestre deste ano, e provavelmente aumentará a produção até 2021. Isto poderia colocar pressão adicional sobre os preços dos queijos nos EUA.

A grande incógnita global é se os países importadores continuarão a fazê-lo. Ledman observa que as importações de lácteos da China caíram 15% (year-over-year)* em 2020 até agora e que o país está planejando adicionar um milhão de vacas ao seu rebanho (um aumento de 8%) nos próximos um ou dois anos. Enquanto outros países asiáticos diminuíram as importações de lácteos e não se sabe se eles continuarão a fazê-lo. Os preços mais baixos do petróleo significam que os países produtores de petróleo também têm menos moeda forte para importar alimentos.

Laine destaca que os programas do governo americano, tanto na ajuda direta aos fazendeiros quanto no fornecimento de alimentos aos consumidores (Programa Food Box), desempenharam um grande papel no aumento dos preços dos laticínios nestes últimos meses. E a Europa tinha um programa para colocar produtos lácteos em armazenamento público para aumentar os preços. Embora o programa Food Box tenha sido estendido para uma terceira rodada, não se sabe se os outros programas serão renovados.

Tudo isso aumenta a volatilidade e a incerteza no caminho para um novo normal, dizem eles.

Fonte: Farm Journal´s MILK

Tradução: Equipe Canal do Leite

Disponível em: https://www.milkbusiness.com/article/rabobank-economists-bearish-on-milk-prices

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Nota:

*Year-over-year (YoY) é a Taxa Homóloga ou Taxa de Variação Homóloga. O YoY é calculado com a finalidade de comparar variáveis de um período do ano com o mesmo período no ano anterior (como entre agosto de 2020 e agosto de 2019). Os seus resultados são apresentados em forma de percentual, como vemos nos telejornais: “o preço da gasolina subiu em x% se comparado com tal período do ano passado".

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