Fechamento da froteira EUA-México gera preocupação no setor leiteiro

Fechamento da froteira EUA-México gera preocupação no setor leiteiro

09 de abril, 2019

O presidente Donald Trump anunciou planos para o fechamento da fronteira dos EUA com o México, encerrando o comércio com seu vizinho latino. Todavia, após o anúncio, Trump mudou de ideia e deu ao México “um aviso de um ano” com novas ameaças de tarifas.

Desde a sua chegada na Casa Branca, o presidente vem travando guerras comerciais com alguns dos maiores parceiros comercias americanos. Ele tem ido e vindo em retaliações com a China e desmantelado o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) após discussões com o México e o Canadá.

Trump tem falado bastante, também, sobre alguns problemas na fronteira EUA-México, incluindo imigrantes ilegais e drogas que entram no território americano.  Na semana passada, ele chegou a anunciar sua intenção de fechar a fronteira dentro de alguns dias, o que causou reação imediata.

Porém, no dia 4 de abril, Trump disse que não fecharia a fronteira “do dia para a noite”. Em vez disso, ele afirmou que o México tem um aviso de um ano e, se as drogas não pararem, serão colocadas tarifas. Se isto não acabar com o problema, a fronteira será fechada.

Grupos americanos do setor de laticínios foram rápidos em repreender os comentários do presidente Trump. Em 2018, o México comprou US$ 1,4 bilhão em produtos lácteos dos EUA. E o país chegou à marca recorde de exportar 15,8% da sua produção de leite. Além disto, desde 1995, as vendas de produtos lácteos aumentaram em mais de 600%.

Jim Mulhern, presidente da NMPF (Federação Nacional de Produtores de Leite), disse: "a indústria de laticínios está sofrendo um dos piores períodos econômicos da história", citando dados do USDA a respeito das fazendas de leite americanos que tem encerrado suas atividades.

"Os baixos preços do leite já estão criando dificuldades para os produtores e mais interrupções na oferta só prolongariam as dificuldades de produção. Não há um mercado alternativo pronto para os milhões de galões de leite que são convertidos em milhares de toneladas de ingredientes lácteos e queijo que enviamos para o México. Não podemos tolerar o acesso limitado a alimentos como moeda de troca para resolver problemas de imigração”.

Para Rick Smith, CEO da Dairy Farmers of America, “a indústria de laticínios tem trabalhado em conjunto por mais de duas décadas para crescer e fortalecer o mercado de produtos lácteos dos EUA no México. Na volátil indústria de laticínios, os fortes mercados de exportação de lácteos são cruciais para nossos produtores, que sofreram anos de estresse financeiro na fazenda. Estamos na pior recessão econômica rural desde os anos 80. Nossos produtores precisam de mercados de laticínios fortes, tanto doméstico quanto no exterior para se recuperarem e continuarem fornecendo laticínios saudáveis para as próximas gerações. O mercado mexicano de exportação é fundamental para a longevidade de nossa indústria”.

Je Lyon, gerente geral da FarmFirst Dairy Cooperative, disse: “fechar a fronteira com o México vai deixar um impacto devastador nos produtores de leite nos EUA, um relacionamento que foi meticulosamente construído nos últimos anos por organizações da indústria. Para os produtores de leite que lutam para administrar esses tempos econômicos difíceis, esse pode ser o pior golpe, mesmo com os últimos quatro anos de baixos preços do leite. De maneira alguma os produtores de leite dos Estados Unidos devem ser a peça de barganha para essas questões de imigração”.

 

Fonte: Dairy Reporter - com tradução da equipe do Canal do Leite.

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