Nova praga de pastagem é registrada no Brasil

Nova praga de pastagem é registrada no Brasil

15 de julho, 2021

Pesquisadores da Embrapa de Campo Grande (MS), junto com parceiros, acabam de registrar oficialmente a infestação de Duplachionaspis divergens em solo brasileiro. Trata-se de uma cochonilha detectada em pastagens do Mato Grosso do Sul, com touceiras amareladas e secas e com danos visivelmente significativos. As perdas econômicas ainda não foram estimadas, mas – nos países onde ocorre – a praga chega a atingir 18 gêneros de gramíneas.

“Precisamos alertar o produtor rural quanto a essa praga, chamar sua atenção. Ainda não temos muitos estudos e nem recomendação de controle. Anteriormente, a espécie havia sido relatada no Brasil somente na cultura da cana-de-açúcar...Agora, o cenário mudou”, afirma a entomologista da Embrapa Fabricia Zimermann Torres. “Além da ocorrência em nossos campos experimentais, temos recebido algumas demandas de produtores preocupados, relatando sintomas e danos semelhantes em suas pastagens, o que pode ser devido a ataques dessa cochonilha”, completa.

A primeira constatação da presença do inseto sugador nas folhas de braquiária  nos campos experimentais da Embrapa em Campo Grande  ocorreu em 2018, com reinfestações nos anos seguintes. Naquele ano, em campos formados pelo híbrido BRS Ipyporã (foto), resistente à principal praga da pastagem, as cigarrinhas.

De acordo com a pesquisadora, a infestação foi detectada na época da seca (meados de agosto), quando foi realizada coleta de folhas do capim, escolhendo-se 10 pontos aleatórios. Nestes pontos, foram retiradas amostras de folhas e separadas em “com” e “sem” infestação, chegando-se a um valor médio de 60% de folhas infestadas na área. Nos anos seguintes, a infestação continuou avançando em outras áreas experimentais,  sendo – desde então – acompanhada em outros estudos da Embrapa.

Os danos à planta decorrem da sucção de seiva nas folhas, levando ao amarelecimento e secamento das partes atingidas. Fabricia explica que, inicialmente, ao sair do ovo, a ninfa (fase jovem do inseto) locomove-se e fixa-se na parte abaxial das folhas. Porém, em altas infestações conseguem chegar também aos caules e superfície adaxial (parte de cima das folhas). As fêmeas ficam fixas até mesmo depois de adultas. Já, os machos possuem asas e voam em busca de acasalamento. 

A nova praga não deve ser confundida com a já conhecida cochonilha-dos-capins (Antonina graminis), que causa a “geada dos pastos”. A cochonilha-dos capins foi detectada no Brasil, pela primeira vez, em 1944, na Bahia; em 1964, no Pará; e em 1966, no estado de São Paulo. 

A pesquisadora enfatiza ainda que desde 1967, após a introdução do parasitoide Neodusmetia sangwani, a cochonilha-dos-capins teve seu controle estabelecido no Brasil.

Outras pragas 

As cigarrinhas-das-pastagens continuam sendo a principal praga dos pastos brasileiros. Entretanto, com a diversificação do sistema produtivo, outras pragas passaram a preocupar cientistas e produtores rurais. Uma delas é o percevejo castanho, com registro de ataques principalmente em pastagens do Brasil Central. Áreas mal manejadas e solos predominantemente arenosos favorecem a propagação do inseto e o aparecimento dos danos decorrentes de sua ação.

Estudos com percevejo castanho conduzidos pela Embrapa Gado de Corte apontaram que, aparentemente, em áreas bem manejadas e onde a correção e a adubação do solo são realizadas de forma frequente, as plantas estão mais bem nutridas e sentem menos os efeitos do ataque.

 

Fonte: Embrapa

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