Transição de vacas para fase de lactação exige nutrição de qualidade

Transição de vacas para fase de lactação exige nutrição de qualidade

29 de julho, 2021

Logo após o parto, a vaca deixa de ser gestante e passa a ser lactante. Nesse momento, sua demanda metabólica e nutricional cresce, enquanto sua imunidade é reduzida. As fases de pré e pós-parto compreendem as três semanas que o antecedem até três semanas que sucedem a parição. "Esse é um dos momentos mais importantes e críticos do ciclo reprodutivo da vaca, que se prepara para a lactação”, afirma Leonardo Rocha, coordenador técnico-comercial da Trouw Nutrition.

Segundo ele, os animais nessa fase precisam de infraestrutura adequada e confortável, como sombra, ventilação e micro-aspersão de água próximos ao local de alimentação. “Essas medidas estimulam o consumo de matéria seca. Aumentar a frequência no fornecimento dos alimentos, principalmente nas horas mais frescas do dia, também reduz os efeitos negativos do estresse térmico.”

Leonardo assinala que entre os equívocos mais comuns nessa fase estão:

  • O espaço de linha de cocho inadequado (< 70 cm/vaca);
  • Vacas com escore de condição corporal acima do recomendado (ECC > 3,5);
  • Falta de conforto térmico; e
  • Agrupamento de vacas e novilhas no mesmo lote.

“O período de transição acende um alerta para o produtor, já que as demandas energéticas da vaca costumam ser maiores do que a quantidade de energia ingerida, gerando balanço energético negativo, caracterizado pela mobilização das reservas de gordura do corpo e seu transporte na forma de ácidos graxos para o fígado, resultando na oxidação para a produção de energia.”

A importância das vitaminas e dos mineiras

A capacidade de processamento de gordura no fígado dos animais é limitada e a sobrecarga de ácidos graxos pode desencadear diversos problemas, como cetose e fígado gorduroso. “Para evitar essa adversidade, é essencial oferecer suplementação adequada de vitaminas do complexo B, protegidas da ação ruminal, durante a dieta de transição para ajudar a melhorar a função hepática por meio da oxidação de gordura", explica o especialista.

Além das vitaminas, minerais e demais aditivos são muito importantes nessa etapa. É o caso da adição de monensina nas dietas de vacas de transição, que altera o metabolismo ruminal, favorecendo o melhor uso do propionato disponível no rúmen para a síntese de glicose no fígado. Assim, a concentração plasmática de cetonas é reduzida e as chances de ocorrência de cetose subclínica diminuem.

O especialista reforça que devido à redução da imunidade das vacas no período de transição, os microminerais têm papel importante na função imunológica e podem impactar positivamente a saúde dos animais. “O resultado é visível: melhora na saúde do úbere, redução de problemas de casco e desempenho reprodutivo positivo. Para isso, o produtor deve levar em consideração a suplementação com fontes de alta biodisponibilidade de zinco, cobre, selênio e vitamina E, nutrientes importantes para o controle de problemas sanitários, como mastite e retenção de placenta”.

De acordo com Leonado Rocha, a estratégia nutricional mais utilizada no pré-parto é a dieta aniônica, que consiste no fornecimento de sais aniônicos com base em sulfatos e cloretos para negativar o balanço cátion-aniônico da dieta (DCAD). Essa prática minimiza casos de hipocalcemia clínica e subclínica, além da cascata de eventos negativos que podem ocorrer após o parto, como metrite, cetose, deslocamento de abomaso e acidose ruminal.

 

Fonte : AgroemDia

 

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