Finanças Comportamentais: ancoragem

Finanças Comportamentais: ancoragem

26 de julho, 2024

Escrito por Raphael Galo

 

Hoje quero trazer algo que relaciona a economia e a psicologia, mostrando um olhar de como as pessoas tomam suas decisões econômicas.

Sendo bem breve, esses estudos têm ganho cada vez mais aplicação nas finanças e tem como protagonistas dois psicólogos: Daniel Kahneman e Amos Tversky. Suas pesquisas em Psicologia Econômica desafiaram conceitos econômicos estabelecidos, contribuindo para que Kahneman recebesse o Prêmio Nobel de Economia em 2002.

Eles examinaram como as pessoas lidam com o risco, divergindo da Teoria da Utilidade Esperada, que postulava que indivíduos avaliam todos os resultados possíveis e agem de maneira racional ao escolher entre opções. Segundo essa teoria, acreditava-se que as pessoas sempre evitariam o risco e optariam pela segurança. Será?

No entanto, Kahneman e Tversky descobriram que há uma variável crucial: as pessoas estão dispostas a assumir mais riscos para evitar perdas financeiras. Isso ocorre porque as emoções ligadas ao medo da perda influenciam as decisões das pessoas. Assim, elas podem arriscar mais na esperança de evitar um prejuízo.

A partir dessas observações, os pesquisadores desenvolveram a Teoria do Prospecto, que sugere que o comportamento financeiro humano não é completamente racional.

Eles constataram que as pessoas possuem alguns comportamentos nas tomadas de decisões, e hoje vou falar de apenas um.

A ancoragem: ela funciona como um ponto de referência pessoal para o valor de um ativo. Não é o preço "correto", mas sim o preço que parece justo para cada pessoa. Se o preço está abaixo desse ponto, é considerado barato; se está acima, é visto como caro. Essa referência não considera a situação econômica ou os fundamentos do ativo em questão.

Entendido isto, vamos trazer para o dia a dia pecuário!

Nos últimos artigos tenho mostrado a dificuldade dos preços no mercado futuro (do último trimestre) romperem a barreira dos R$250,00/@. Até comentei que, dado isso, seria interessante fazer hedge nessa região de preço para garantir margem.

E o que vem acontecendo com os preços em julho? Esses preços hoje estão, em média, R$5,00/@ menor do que no início do mês e distanciando da região dos R$250,00/@ (figura 1).

Para o amigo produtor que travou os preços, OK! E para o amigo que não travou? Será que perdeu o bonde ou ainda dá tempo?

Trouxe esse tema hoje para você se analisar diariamente nas tomadas de decisões na gestão do seu negócio: “vou esperar o boi voltar para R$250,00/@ para travar”; “vou esperar o boi magro cair pra tanto para comprar...”; “vou esperar o milho cair pra X preço para comprar...” essas frases são comum e te ancoram em um preço que pode não se concretizar... pense nisso!

Lembre-se, o Sr. Mercado é soberano! Faça sua gestão e análises para você capturar as melhores oportunidades que o Sr. Mercado lhe dá, e não se ancore! Até a próxima! Forte abraço.

 

Fonte: Scot Consultoria

  • O incrível rebanho dos recordes que revolucionou a produção leiteira da raça Jersey no mundo

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    O incrível rebanho dos recordes que revolucionou a produção leiteira da raça Jersey no mundo

  • A vaca perfeita...

    Maurício Santolin

    Zootecnista

    A vaca perfeita...

  • Os Desafios do Produtor de Leite no Brasil

    Maurício Santolin

    Zootecnista

    Os Desafios do Produtor de Leite no Brasil

COMPARTILHAR

CONTEÚDOS ESPECIAIS

Proluv
Top