Mastite Clínica: a lição microbiológica de 5 minutos

Mastite Clínica: a lição microbiológica de 5 minutos

06 de novembro, 2019

Eis uma pergunta antiga: esta vaca precisa de antibióticos para mastite?

Você não precisa de uma bola de cristal, a resposta pode estar na realização de uma cultura microbiana. As culturas podem frequentemente identificar a presença de infecção e o tipo de bactéria que está causando a infecção, de modo a ajudar seu veterinário a tomar decisões embasadas sobre o tratamento, inclusive se a vaca deve ou não ser tratada.

Dra. Linda Tikofsky, Médica Veterinária, Diretora Associada Sênior da empresa Boehringer Ingelheim, mostrou algumas das melhores práticas na Milk Business Conference 2018 em Las Vegas.

Etapa 1: prevenir, prevenir, prevenir

“Eu costumava dizer aos produtores que a melhor prevenção que temos contra a mastite é uma pá e um raspador. Mantenha os barracões e os corredores limpos e reduziremos nosso risco de mastite”, afirma a Dra. Tikofsky. “Se usarmos boas práticas de pré-tratamento e pré-ordenha, vamos reduzi-las lá também”.

Etapa 2: Conheça a biologia

A Dra. Tikofky dá e sseguinte lição sobre microbiologia de cinco minutos. Classificamos a mastite de duas maneiras: contagiosa ou ambiental. Então, contagiosa significa que se espalha na ordenha das vacas. Essas bactérias vivem principalmente no ambiente externo, vivem fora na maior parte do tempo, nas camas e nos bebedouros”.

Existem três graus de mastite: leve, moderada e grave. Os sinais clínicos para mastite gram-positiva e gram-negativa são muito semelhantes, explica a Dra. Tikofsky, mas esses patógenos se comportam de maneira diferente no úbere.

“Gram-positivos sem tratamento podem ser crônicos. Muitas vezes, eles são subclínicos por um tempo, antes de se tornarem clínicos e sabemos que os antibióticos farão a diferença nesses casos", diz ela. “Já os gram-negativos são geralmente de curto prazo. As vacas são realmente boas em identificar essas infecções e curar a si mesmas. E na maioria das vezes as vacas não precisam de tratamento” (veja a Figura 1: Bactérias comuns da mastite).

Etapa 3: Siga os protocolos de tratamento

O objetivo da terapia intramamária (TIM) é ajudar a eliminar a infecção bacteriana. Freqüentemente, explica a Dra. Tikofsky, o tratamento começa imediatamente após a detecção visual de leite anormal. Em muitas fazendas, os casos clínicos geralmente são tratados por cerca de cinco dias, muitas vezes sem o benefício de um diagnóstico bacteriano. Isso significa que a terapia prolongada com TIM se tornou a norma da indústria.

"Estamos condicionados a tratar o quarto até o leite voltar ao normal", diz ela. "Em muitos casos, este não é um uso prudente e criterioso de antimicrobianos, porque as bactérias que causam a infecção são frequentemente eliminadas no início do processo".

Step 4: Separe infecção de inflamação

O objetivo com a mastite é tratar a infecção, não a inflamação. A Dra. Tikofsky dá o seguinte exemplo. Quando uma vaca pisa no seu pé, dói e pode inchar, mas não está infeccionado. Da mesma forma, um úbere inflamado pode não estar necessariamente infectado. Então lembre-se destes pontos-chave:

• A resolução da inflamação leva tempo.

• Não há necessidade de tratar a inflamação com um tubo de mastite.

• O leite voltará ao normal em quatro a seis dias, independentemente de você usar ou não a TIM.

A Terapia Intramamária geralmente recebe crédito por casos que teriam se curado naturalmente, ela explica. Como as bactérias atingem o pico no início dos casos de mastite, o úbere fica inflamado muito tempo após o tratamento da infecção. A cura bacteriológica precede a cura clínica; portanto, seja paciente.

 

Figura 1: Bactérias comuns da mastite

 

Fonte: Dairy Herd

Tradução: Equipe do Canal do Leite

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