Após o caos gerado pelo coronavírus, o preço do leite e seus derivados teve forte alta no varejo . Em Santa Catarina, por exemplo, a subida chegou até a 50%, conforme Paulo Cesar Lopes, presidente da Associação Catarinense de Supermercados (ACATS). Em São Paulo, por sua vez, os preços do leite longa vida aumentaram 54% em média, segundo informações divulgadas pela APAS (Associação Paulista de Supermercados).

O presidente do Sindileite-SC, Valter Antônio Brandalise, afirmou que os motivos da subida estão ligados à seca e à entressafra. Porém, os produtores contestam categoricamente essa informação e garantem que os preços do leite que receberão em abril vão baixar e que os laticínios já avisaram sobre esta redução. Além disto, existem suspeitas de aumento abusivo no preço do leite por parte de algumas indústrias.

Os consumidores, é claro, não estão nada satisfeitos com esta repentina alta nos preços e isto acabou gerando uma guerra de (des)informações entre indústria e varejo. Os dois elos mais fortes da cadeia tentam se esquivar da responsabilidade pela forte subida nos preços dos produtos lácteos, uma vez que se aproveitar da crise mundial para aumentar margem de lucros é - no mínimo - uma atitude deplorável. 

No meio deste turbilhão, alguns agentes do mercado chegaram a colocar a culpa nos produtores de leite, que – na verdade – vem sofrendo bastante com essa situação. A realidade dentro das propriedades rurais é bem diferente: Aumento nos custos de produção, aumento nas incertezas, problemas para escoar o leite e redução nos preços recebido pelo mesmo.

Este é o verdadeiro quadro que se apresenta para os produtores de leite brasileiros. Confiram abaixo um pequeno vídeo montado com relatos enviados para o Canal do Leite por produtores do sul do país.