Os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram comportamentos diferentes no 363º leilão da Plataforma GDT, realizado no último dia 03/09. Cabe destacar que o GDT Price Index (média ponderada dos produtos) ficou em US$ 3.833 por tonelada, voltando a recuar após uma sequência de altas, com uma queda de 0,4% em relação ao evento anterior.

Entre os produtos negociados, os destaques positivos ficaram para a mozzarella e para o leite em pó desnatado, com valorizações de 7,0% e 4,4%, respectivamente. Por outro lado, a lactose teve uma desvalorização de 8,7%, fechando na média de US$ 863 por tonelada, e o leite em pó integral caiu 2,5%, fechando na média de US$ 3.396 por tonelada.

Confira o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior:

• Mozzarella fechou a US$ 5.145 (+7,0%);
• Leite em pó desnatado fechou a US$ 2.753 (+4,4%);
• Queijo cheddar fechou a US$ 4.324 (+1,2%);
• Manteiga fechou a US$ 6.675 (-0,5%);
• Leite em pó integral fechou a US$ 3.396 (-2,5%); e
• Lactose fechou a US$ 863 (-8,7%).

Neste primeiro leilão de setembro, o volume negociado apresentou alta significativa. No total 38.346 toneladas foram negociadas, representando um aumento de 9,8% em relação ao volume negociado no evento anterior, sendo o maior volume desde setembro de 2023.

Na Bolsa de Valores da Nova Zelândia, as projeções para o mercado futuro de leite em pó integral indicam expectativas de aumento em comparação com os valores atuais, ficando entre 3.500 e 3.600 dólares por tonelada

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

O Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

Em relação às importações brasileiras, dois pontos seguirão sendo de extrema importância. O primeiro deles é competitividade de preços entre os produtos importados e os produtos locais. A alta do último leilão de agosto interferiu nas cotações do Mercosul, gerando um viés de alta nas negociações de importações brasileiras. No entanto, mesmo assim, alguns produtos importados como o leite em pó integral e a mozzarella continuaram mais competitivos (em custo), quando comparados com alguns produtos locais. Desta forma, no quesito competitividade de preços, o Brasil deverá continuar importando grandes volumes de lácteos.

O segundo ponto se refere à disponibilidade dos nossos principais fornecedores internacionais de lácteos. Mais recentemente foi possível observar um fortalecimento nas relações da Argentina e Uruguai com países da África e do Oriente Médio, como é ilustrado no aumento das exportações de LPI do Uruguai para países como a Argélia. Dessa forma, esse ponto deve continuar em alerta para as comercializações futuras do Mercosul, podendo ser um limitador da disponibilidade das exportações de lácteos ao Brasil.

Fontes: GDT e MilkPoint