China: Importações de lácteos desaceleram junto com a economia do país
04 de outubro, 2022
As importações de lácteos da China desaceleraram em meio aos lowckdowns de Covid e a uma economia enfraquecida, que fez muitos analistas reduzirem suas estimativas de crescimento econômico para 2022 e 2023. O Goldman Sachs, por exemplo, recentemente diminuiu sua estimativa para o crescimento do PIB Chinês – de 5,3% para 4,5% – em 2023. Para este ano, o PIB do país asiático está previsto em 4,4%, bem abaixo de sua meta (5,5%).
“Por enquanto, a China continua casada com sua estratégia de zero Covid, que resultou em lockdowns abrangentes nos principais centros metropolitanos e que prejudicou a sua recuperação econômica”, disse Monica Ganley, analista do Daily Dairy Report e diretora da Quarterra, uma consultoria agrícola em Buenos Aires. “O enfraquecimento da economia da China, juntamente com a suspeita de grandes estoques de leite em pó, provavelmente continuarão a desacelerar as importações de laticínios.”
As importações de produtos lácteos da China permaneceram fracas em agosto, na maioria das categorias, de acordo com dados do Trade Data Monitor. No comparativo anual, as importações de leite em pó caíram todos os meses desde fevereiro e agosto não foi exceção. No entanto, a queda foi mais severa para o leite em pó integral (LPI), a maior parte proveniente da Nova Zelândia.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, as importações de LPI caíram 59,5% para 66 milhões de libras. As importações de leite em pó desnatado (LPD) tiveram queda mais modesta (2,4%), mas subiram 20,4% em relação ao mês anterior. As importações de leite fluido e creme e queijo também caíram 40,1% e 10%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
No entanto, nem todas as importações de lácteos da China caíram em agosto. O país importou 138,5 milhões de libras de soro de leite, um salto de 1,2% em relação à agosto de 2021. O ganho foi o primeiro aumento, na comparação anual, desde setembro de 2021 e provavelmente refletiu uma recuperação no setor de carne suína da China, observou Ganley.
“À medida que as margens do produtor de suínos melhoraram e o rebanho suíno cresceu, a demanda por ingredientes para rações – como soro doce desidratado e permeado – aumentou”, disse ela. “O crescimento tem sido um benefício especial para os fornecedores dos EUA, que conquistaram uma participação cada vez maior desse mercado.”
As importações de gordura da China também aumentaram, com manteiga e gordura de leite anidra aumentando 32% e 8,8%, respectivamente. As importações de fórmula infantil também subiram, 23,1% na comparação anual.
“Além da recuperação lenta da China, os analistas acreditam que os estoques de produtos lácteos do país cresceram nos últimos anos, uma crença que foi reforçada pelas fracas importações de leite em pó integral”, disse Ganley. “Assim, parece provável que a demanda por laticínios na China permaneça precária nos próximos meses."
Fonte: Dairy Herd Management
Traduzido e adaptado pela Equipe do Canal do Leite