CNA promove debate sobre digitalização do crédito rural
05 de junho, 2020
Na semana passada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou uma transmissão ao vivo pelas redes sociais para discutir o tema “Crédito Rural com DNA Digital”. O debate teve como participantes o CEO da Brain Agriculture, Renato Girotto, o sócio-fundador da PAG Agro, Jonatas Couri, e o CEO da Gira (Gestão Integrada de Recebíveis no Agronegócio), Gianpaolo Zambiazi. A mediadora foi a assessora técnica do Núcleo Econômico da CNA, Gabriela Coser.
Durante o encontro, os participantes discutiram o conceito de crédito rural digital. Eles apresentaram algumas das novas ferramentas de contratação disponíveis no mercado e analisaram os desafios para conquistar o público rural, acostumado a procurar as instituições financeiras tradicionais para buscar financiamentos.
“O crédito digital utiliza uma matriz tecnológica que permite olhar os dados do produtor sob vários aspectos. Financiamos a produção agrícola. É muito mais relevante. Isso faz com que se possa analisar quanto é necessário de recurso para cada propriedade. Mais importante do que financiar é saber quanto que o produtor precisa de recurso para ampliar a sua produtividade”, afirmou Gianpaolo Zambiazi.
Transparência
Um dos pontos abordados foi a necessidade de transparência das informações apresentadas para a contratação de crédito, uma exigência cada vez maior do mercado. Para Renato Girotto, o nível de informação que os credores exigem está focado em segurança e mitigação de risco.
“Existem vários gargalos no País quando se fala de matrículas de fazenda em cartório, sobreposição de áreas ou algum tipo de passivo. Isso pode acarretar penalidades e multas para quem está concedendo o crédito. Apesar de serem informações públicas, muitas vezes os produtores não conseguem acessar. As novas plataformas organizam essa documentação em fração de segundos”, declarou Renato.
Os especialistas também abordaram temas como análise de risco e instrumentos para a formalização de crédito. Um dos entraves que ainda compromete o crescimento do credito digital no Brasil é a falta de digitalização, o que impede uma conformidade entre as informações disponíveis.
“O crédito rural analógico olhava o imposto de renda, a matrícula e o fluxo de caixa. Com a digitalização do crédito rural temos a capacidade de enxergar o nível de adoção de tecnologia, a gestão de risco e outros detalhes da produção. Isso é concessão inteligente de crédito”, declarou Jonatas Couri.
Em consonância com os temas debatidos, a CNA apresentou propostas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2020/2021 que incluem medidas para desburocratizar e reduzir o custo de observância, como:
- Apoiar o Projeto de Lei 10.499/2018, que revisa uma série de aspectos estruturantes da política de crédito rural (instrumento único de formalização do crédito, possibilidade de concessão do crédito de forma digital, etc.).
- Apoiar a criação da Central Nacional de Registro de Imóveis, que ficará responsável por centralizar as informações de registro imobiliário de todo o país, bem como dos títulos que constituam garantias reais ou criem direitos, restrições, gravames ou ônus relativos a bens imóveis e a padronização da documentação e os requisitos necessários para a constituição de cada tipo de garantia.
- Tornar o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) uma ferramenta para a concessão do crédito rural para todo o Sistema Financeiro Nacional, visando centralizar as informações em uma plataforma, como DAP, Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade Administrativa e Inelegibilidade (CNIA), Cadastro Ambiental Rural (CAR), Certificado de Regularidade Social e Previdenciária, ITR, Cadastro de Imóveis Rurais do INCRA.
Clique aqui para acessar as propostas da CNA para o Plano Agrícola e Pecuário 2020/2021.
Fonte: CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil