Custos com nutrição animal e taxa de câmbio desfavorável elevam gastos em 2024

Custos com nutrição animal e taxa de câmbio desfavorável elevam gastos em 2024

25 de janeiro, 2025

Segundo o CEPEA, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 0,21% em dezembro na "média Brasil" (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), acumulando alta de 2,88% em 2024. A valorização anual, por sua vez, reflete sobretudo os aumentos do último trimestre. Os maiores custos com nutrição animal, a baixa disponibilidade de pasto e o clima desfavorável foram os principais responsáveis por elevar os gastos do produtor. Também pesou sobre os custos a desvalorização do Real frente ao dólar, uma vez que muitos insumos da atividade são importados ou têm seus preços determinados no mercado internacional.

Apesar da queda nas cotações dos grãos em dezembro, os valores do concentrado se mantiveram em alta no período (0,3%), na “média Brasil”, devido aos patamares elevados das matérias-primas adquiridas pelas fábricas nos últimos meses. No ano, a soja e o milho se valorizaram 11,22% e 10,77%, respectivamente, enquanto o preço do concentrado subiu 0,87%.

Para o grupo de insumos voltados à suplementação mineral do rebanho, houve alta de 0,79% em dezembro e de 4,51% no ano, na “média Brasil”. Fatores como a seca prolongada e focos de queimadas em algumas regiões mantiveram a demanda aquecida, sobretudo no meio do ano, quando a busca por tais insumos já é intensificada. A escalada do dólar frente ao Real reforçou esse cenário, ao encarecer a importação de matérias-primas.

Também refletindo a valorização cambial, o grupo de adubos e corretivos apresentou o quarto mês de aumento nos preços, subindo 0,12% em dez/24 e 2,82% no ano, na “média Brasil”. Já o grupo de defensivos agrícolas tendeu à estabilidade no mês, acumulando elevação de 0,36% em 2024. Para a categoria de operações mecanizadas, o movimento foi de alta pelo segundo mês, sendo de 0,48% em dez/24, na “média Brasil”. Sob forte influência dos preços dos combustíveis, no ano, o grupo acumulou avanço de 4,81%. Nesse cenário, estima-se que o custo de produção de silagem deve impactar mais nessa safra.

Entre os produtos voltados ao manejo sanitário, houve aumento de 0,1% para Antibióticos e queda de 0,11% para Vacinas; Antimastíticos e produtos de Controle Parasitário, por sua vez, registraram estabilidade todos na “média Brasil”. No ano, apenas o grupo de Vacinas acumulou baixa (0,24%); para Antimastíticos, produtos de Controle Parasitário e Antibióticos, as altas foram de respectivos 7,13%, 3,22% e 2,77%.

Relação de troca

O preço médio do milho em nov/24 foi de R$ 73,68/saca de 60 kg, elevação de 7,11% em relação a outubro. No mesmo período, o leite se desvalorizou 6,03%. Assim, no mês, foram necessários 27,94 litros para adquirir uma saca de 60 kg do grão, 13,98% a mais que em out/24, voltando a ficar acima da média dos últimos 12 meses (25,4 litros/saca).

 

Fonte: CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

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