Descoberto bioinseticida contra a cigarrinha do milho
17 de julho, 2021
A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) tem sido uma grande dor de cabeça para os produtores rurais, principalmente nas lavouras do Sul e Centro-oeste do país. O inseto é vetor de doenças complicadas, como o complexo de enfezamentos e o vírus da risca, que podem levar a perdas de até 90% no milho.
Uma solução biológica desenvolvida em parceria entre a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), a Embrapa Meio Ambiente (SP) e a Universidade de Copenhague (KU), na Dinamarca, pode ser uma boa aliada no controle da praga.
Trata-se de um método de fermentação líquida do fungo Metarhizium robertsii que resulta em leveduras chamadas blastosporos. Essas células podem ser diluídas e aplicadas com água, são tolerantes à dessecação e controlam adultos da cigarrinha após pulverização. Pois, rapidamente germinam e infectam o inseto pela cutícula, matando-o em poucos dias. Como é específico para a praga-alvo, preserva a fauna e a flora locais.
O bioinseticida pode ser formulado na forma de pó molhável para ser pulverizado na lavoura. Pode ser aplicado via aérea ou terrestre, como é feito na forma convencional com os inseticidas químicos, o que facilita para o produtor usar equipamentos de aplicação já existentes em sua propriedade. Agora, os pesquisadores procuram parceiros para licenciar a tecnologia, testá-la em escala industrial e levá-la ao mercado.
A metodologia de produção de fungos biocontroladores de pragas é barata, eficiente e produz grande quantidade de blastosporos em apenas dois dias de cultivo. E a utilização de fermentação líquida traz uma série de vantagens, conforme explica o analista da Embrapa Gabriel Mascarin. “Podemos ainda manipular as condições nutricionais do meio de cultivo do fungo para obter blastosporos mais tolerantes a estresses abióticos, como dessecação, radiação ultravioleta e altas temperaturas”, informa ele, ressaltando que uma das formulações desenvolvidas na pesquisa é um pó molhável, o que permite a aplicação do produto por pulverizadores convencionais.
Fonte: Agrolink