EMBRAPA: Custo de produção de leite apresentou queda de -1,4% em maio
12 de junho, 2022
A inflação de custos da produção de leite, que vinha apresentando desaceleração no crescimento a partir do mês de março, teve queda no mês de maio. Dos sete grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa, quatro registraram recuo nos preços, dois grupos tiveram alta de preços e um se manteve estável.
O resultado no custo de produção de leite foi um forte recuo em maio, com deflação de -1,4%. Este fenômeno de deflação, que é o inverso da inflação, não acontecia desde maio de 2020 e foi a maior deflação registrada desde agosto/2019. Porém, isso não alivia muito a condição do produtor, em função da ascensão inflacionária dos custos de produção acumulada nos meses anteriores. Nos grupos com queda de preços, os destaques foram para soja, milho, adubos e energia elétrica, demonstrando que a deflação não foi localizada em grupos de custos específicos e teve múltiplas explicações.
Vários fatores influenciaram a deflação no mês
Pelo segundo mês consecutivo o grupo "Concentrado", que representa a alimentação baseada em ração formulada com grãos, apresentou queda de preços. No mês de maio foi - 1,7%, resultante da queda de preços da soja e do milho. O grupo "Volumosos" também teve retração em maio, de -1,3%, motivada pela queda nos preços de adubos. Milho, soja e adubos têm preços formados no mercado internacional e estavam inflados desde os primeiros dias do conflito na Ucrânia, dadas as elevadas incertezas geradas naquele momento, e agora recuam.
Os grupos "Concentrados" e "Volumosos" respondem pelo custo da alimentação das vacas e, somados, pesam muito no resultado final do ICPLeite/Embrapa (61,7%). O grupo "Qualidade do Leite" também registrou retração no custo, resultante da queda de preço do material de limpeza. Mas, a maior queda de preços ocorreu no grupo "Energia e Combustível", principalmente por conta da energia elétrica, que estreou redução de tarifa, com o fim do período de escassez hídrica e o retorno da tarifa de bandeira verde.
O grupo "Sanidade e Reprodução" – que engloba medicamentos, vacinas, sêmen e material de reprodução – teve elevação de expressiva de custos (2,9%), mas foi o grupo "Minerais" que, pelo quarto mês seguinte, registrou variação positiva. Desta vez atingiu patamar de dois dígitos de elevação (11,7%). O Gráfico 1 reproduz a variação nos grupos que compõem os custos de produção, para o mês de maio.
Nos primeiros cinco meses do ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 5,2%, puxada por cinco grupos de despesas. O grupo "Minerais" atingiu o patamar de inflação (25,9%), seguido pelos grupos "Mão de Obra" e "Volumosos" com 10,6% e 8,3%, respectivamente. O grupo "Sanidade e Reprodução" registrou crescimento de custos de 5,6% e o grupo "Concentrado" de 2,5%, com crescimento acumulado menor que a inflação de custos acumulada em 2022. O grupo "Qualidade do Leite" mostrou deflação de -1,8% e o grupo "Energia" e "Combustível" acumulou -13,2% de deflação. O Gráfico 2 mostra a variação acumulada nos grupos em 2022.
Numa comparação com maio/2021, o ICPLeite/Embrapa registrou uma inflação de 16,6%. Neste período de doze meses, o custo do grupo "Minerais" cresceu 55,9%, seguido de perto pelo grupo "Volumosos" (51,2%). Estes dois grupos foram os principais responsáveis pela elevada inflação acumulada em doze meses (Gráfico 3). Os demais cinco grupos puxaram a inflação para baixo e tiveram variação de preços menores que a inflação registrada na economia brasileira. O grupo "Qualidade do Leite" apresentou retração.
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)
Disponível em: www.cileite.com.br/sites/default/files/ICPLeite_maio_2022.pdf