Embrapa: Custo de produção de leite recua pelo terceiro mês seguido
05 de agosto, 2022
Em julho, os custos de produção de leite caíram novamente no Brasil. Com recuo de 0,8%, foi o terceiro mês consecutivo de queda. Já, o trimestre de maio a julho acumula uma variação de -4,7% nos custos.
No mês de julho, a maior queda de preços veio do grupo “Energia e combustível”, motivada pela retração do preço dos combustíveis. Mais especificamente da gasolina, que teve uma diminuição de 20% nos preços, resultado da dupla ação: desoneração de tributos no varejo e redução de preços nas refinarias. A produção de volumosos também apresentou retração, enquanto que os demais grupos de custos mantiveram-se estáveis ou apresentaram poucas variações.
Nos primeiros sete meses de 2022, a variação de custos (medida pelo iCPLeite/Embrapa) acumulou alta de 1,2%, revertendo a expectativa altista que se tinha no início do ano. No acumulado de doze meses, de agosto/2021 a julho/2022, a inflação de custos de produção deixou o patamar de dois dígitos, que vinha ocorrendo nos últimos meses, e caiu para 9,1%.
Queda de preço da gasolina impactou custos de produção
O fato novo no mês de julho foi a redução de custos originada pelo grupo “Energia e combustível”, que atingiu -5,2%, resultante da redução de ICMS incidente sobre a gasolina, bem como a redução de preços (pela Petrobrás) no valor para os postos de gasolina.
O grupo “Volumosos” também teve impacto expressivo de -4,2%. Dado o seu peso relativo ser elevado, foi este o principal impacto na deflação deste mês. Todavia, apesar dos preços de herbicidas e fertilizantes terem apresentado queda novamente este mês, o que realmente impactou neste grupo foram os combustíveis usados no processo de produção.
Os grupos “Mão-de-obra” e “Qualidade do leite” não apresentaram variação de custos em julho, enquanto que os grupos “Minerais” e “Sanidade e reprodução” não apresentaram variação significativa. O grupo “Concentrado”, que registra a variação de preços das rações, apresentou variação positiva de 1,0%.
Os resultados para o mês de julho obtidos para cada um dos grupos de custos que compõem o ICPLeite/Embrapa encontram-se no Gráfico 1, a seguir.
Nos sete primeiros meses do ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 1,2%, mostrando uma significativa reversão de expectativas. O grupo “Mão de obra” atingiu variação de 17,6%, seguido pelo grupo “Minerais”, que apresentou uma inflação acumulada de 12,3% no período. O grupo “Sanidade e reprodução” registrou um acumulado de 7,1% no ano; seguido pelos grupos “Qualidade do leite” (com 1,2%) e “Volumosos” (com 1,1%).
Os destaques em deflação foram os grupos “Energia e combustível” e “Concentrado”, com -17,8% e -5,5% respectivamente. O grupo “Concentrado” foi o responsável principal pela retração de custos no trimestre formado pelos meses maio, junho e julho. Os resultados acumulados ao longo de 2022, obtidos para cada grupo de custos que compõem o ICPLeite/Embrapa, encontram-se no Gráfico 2, a seguir.
A inflação acumulada no período de doze meses manteve a trajetória descendente, verificada em meses anteriores. Em uma comparação com julho/2021, o ICPLeite/Embrapa registrou uma inflação de 9,1%.
Neste período de doze meses, o custo do grupo “Minerais” cresceu 39,0%, seguido de perto pelo grupo "Volumosos" (27,3% de variação acumulada). O grupo “Mão de obra” apresentou variação positiva, contribuindo para elevar os custos de inflação. O grupo “Sanidade e reprodução” registrou crescimento de 8,1%, enquanto que três grupos registraram deflação no acumulado de doze meses: “Qualidade do leite” (-0,4%), “Concentrado” (-2,8%) e “Energia e combustível” (-3,7%).
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)