Após duas quedas consecutivas, depois o pico de julho, no mês de outubro o ICPLeite/Embrapa registrou elevação no custo de produção de 0,3% (acumulando aumento de 2,6% no ano e 2,7% nos últimos 12 meses). Estes resultados colocam a inflação dos custos do leite em outubro acima da inflação oficial, medida pelo IPCA/IBGE, que foi de 0,1%. Todavia, a inflação acumulada nos custos de produção em 12 meses é pouco mais da metade da inflação anual, que está em 4,7%.

Alimentação fez crescer o custo de produção

Os três grupos que reúnem itens de alimentação no cálculo do custo de produção de leite registraram as maiores elevaçoes em outubro. Custos com “Volumosos” cresceram 1,8%, puxados pelo preço da cana-de-açúcar. No caso de “Minerais”, a variação positiva de 0,7% se deveu ao aumento de preços do sal comum. Já “Concentrado” registrou aumento de custos de 0,5%, puxado pela ração comercial.

Em sentido contrário, três grupos apresentaram deflação no mês. A redução de preços da energia elétrica e da gasolina fizeram com que o grupo “Energia e combustível” apresentasse variação de -3,1%. “Qualidade do leite” e “Sanidade e reprodução” também registraram retrações de -2,3% e -1,0, respectivamente. Os dados constam do Gráfico 1.

No acumulado entre janeiro e outubro deste ano, a inflação de custos atingiu 2,6%, com destaque para a elevação em “Minerais” (16,6%), “Energia e combustível” (9,2%), “Qualidade do leite” (6,3%), mesmo percentual de aumento para o acumulado no grupo “Mão de obra”. O grupo “Sanidade e reprodução”, com elevação de custos de 4,1%, também cresceu acima da média do ICPLeite. Já “Concentrado”, com discreta variação positiva de 0,3%, e “Volumosos”, com variação negativa de -1,7%, ajudaram a conter a alta acumulada no ano. Os dados constam do Gráfico 2.

Nos últimos 12 meses, o ICPLeite/Embrapa acumulou alta de 2,7%. O maior aumento veio de “Minerais” (16,7%), seguido por “Mão de obra” (6,3%), “Qualidade do leite” (4,1%) e “Sanidade e reprodução” (3,7%). Embora com variação positiva, os itens “Energia e combustível” e “Concentrado” contribuíram para segurar a inflação de custos de produção de leite em 2,7%, ao apresentarem, respectivamente, 1,7% e 0,8% de variação acumulada. Já “Volumosos”, registrou variação acumulada de -0,1% em doze meses, conforme Gráfico 3.

Entre outubro de 2024 e outubro de 2025, o ICPLeite/Embrapa mostrou crescimento de custos a partir de janeiro até julho, quando a tendência se inverteu, contribuindo para o resultado de 2,7% na inflação anualizada, menor que a inflação oficial brasileira, de 4,7%. O gráfico 4 mostra a trajetória do custo de produção de leite no período.

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)