Embrapa: Custo de produção de leite tem leve queda em fevereiro
13 de março, 2023
Após uma expressiva elevação no custo de produção de leite em janeiro, o mês de fevereiro fechou em ligeira queda de -0,2%. Mas, em 2023, a inflação de custos acumulada nos dois primeiros meses do ano está em 1,0%, enquanto a variação anual de custos de produção de leite registrou uma deflação de -1,2%.
Volumosos (alimentação verde) e Minerais puxaram o custo para baixo
O custo do grupo “Volumosos” foi fundamental para a queda do custo de produção de leite em fevereiro, dada a sua importância na formação de custos da atividade e, também, pela intensidade com que ocorreu. Em fevereiro, este grupo teve retração de custos de -2,4%. O preço dos fertilizantes foi o principal fator. Outro grupo de custos que registrou deflação foi a aquisição de “Minerais”, que teve variação de custos de -2,6%.
Em um outro extremo, apresentando comportamento altista, o grupo que se destacou foi o de “Qualidade do leite”, com elevação de 3,1% nos preços em apenas um mês. O grupo “Concentrado” registrou alta de 0,6%, puxado por ração para vaca, farelo de algodão e polpa cítrica. A queda no preço do farelo de trigo não foi suficiente para reverter este movimento de alta. O grupo “Sanidade e reprodução” e o grupo “Energia e combustível” registraram leve crescimento de custos, da ordem de 0,3% e 0,2%, respectivamente. O custo do grupo “Mão de obra” não apresentou variação em fevereiro. Os dados constam do Gráfico 1.
O custo de produção de leite se mantém elevado no acumulado do bimestre, com majoração de 1%. Apesar do custo do grupo “Volumoso e Minerais” terem acumulado quedas significativas de 1,9% e 2,0%, a elevação do custo do grupo “Mão de obra” foi muito significativa (6,1%), juntamente com o grupo “Qualidade do leite” (8,5%). Outros três grupos que compõem o custo de produção de leite acumulam altas, mas de menor expressão. Os dados constam do Gráfico 2.
Na comparação de custos em doze meses, a variação foi de -0,2%, com dois grupos registrando variações fortes e em sentido contrário. O grupo “Energia e combustível” teve queda expressiva, de -13,8%, seguido por dois grupos que compõem a alimentação do rebanho, representada por “Volumosos” (-11,4%) e “Concentrado” (-5,1%). A desoneração de tarifas no segmento energético, a queda do preço do petróleo no mercado internacional e a retração de preços em milho e soja estão na origem deste fenômeno.
Por outro lado, quatro grupos apresentaram crescimento significativo de custos. O de maior intensidade foi o de “Qualidade do leite” (27,9%), enquanto que o de maior impacto, pelo seu peso relativo, foi o de “Mão de obra” (12,8%). Os grupos “Sanidade e reprodução” e “Minerais”, respectivamente acumularam elevação de 9.2% e 5,7% no período de doze meses, conforme Gráfico 3.
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)