O custo de produção de leite cresceu 1,6% em outubro de 2024. Este é o sexto mês consecutivo que o ICPLeite/Embrapa registra aumento, acumulando expressivos 7,2% de elevação desde abril. Este acumulado vem recuperando a queda de custos de produção ocorrida nos primeiros quatro meses do ano e, no acumulado de 2024, a inflação de custos está em 2,0%. Nos últimos doze meses, o custo de produção de leite cresceu 5,3%. Esta variação confirma a oscilação dos preços nos insumos usados na produção de leite.

“Energia e combustíveis” e “Concentrado” puxaram os custos pra cima

Em outubro os custos de “Energia e combustível” voltaram a subir e cresceram expressivos 2,8%, seguidos pelo grupo “Concentrado”, que cresceu 2,3%. As chuvas ainda não haviam chegado no mês, que seguiu com bandeira vermelha e aumento da demanda de “Concentrado” para a alimentação do rebanho, fator importante para a sustentação dos preços neste grupo.

Os grupos “Volumosos” e “Minerais” também apresentaram expressiva variação de 1,9% e 1,3%, respectivamente. Ainda com registro de elevação de 0,5% no mês, o grupo “Sanidade e reprodução”, contribuiu para que a inflação de custos não fosse ainda maior. O grupo “Qualidade do Leite”, teve redução de custos -0,1% e “Mão de obra” se manteve inalterado. Os dados constam do Gráfico 1.

“Energia e combustível” e “Mão de obra” lideram aumentos no ano

O ano de 2024 tem apresentado volatilidade nos preços de insumos, alternando variações positivas e negativas entre os meses do ano. No entanto, a variação acumulada atingiu apenas 2,0%. O grupo “Concentrado” teve forte queda de preços no início do ano e em meses subsequentes, principalmente devido à queda de preços de milho, soja e algodão, dentre outros. O acumulado de nove meses está em -6,4%. O grupo “Qualidade do Leite” também apresenta deflação acumulada de -5,7% no período.

Em sentido contrário, outros cinco grupos de custos, que compõem o ICPLeite/Embrapa, apresentam inflação. O grupo “Energia e combustível” acumula 15,9%, seguido por “Mão de obra”, com 9,6%. O grupo “Volumosos” teve variação expressiva (7,5%), seguido por “Sanidade e reprodução” (4,7%) e “Minerais” (1,7). Os dados constam do Gráfico 2.

“Energia e combustível” e “Mão de obra” também são as maiores altas em 12 meses

O acumulado de doze meses, a variação dos custos de produção registra inflação de 5,3%, com cinco grupos apresentando crescimento significativo de custos. O de maior intensidade é o grupo “Energia e combustível”, com 15,4% de variação acumulada, enquanto que os de maior impacto, pelos seus pesos relativos, são os grupos “Mão de obra” e “Volumosos”, respectivamente com 9,6% e 7,2% de variação anual.

O grupo “Sanidade e reprodução”, por sua vez, acumula aumento de 2,9%, ao passo que o grupo “Concentrado” apresenta inflação de 2,6%. O grupo “Minerais” é o que apresenta maior redução de custos anuais (-9,1%), seguido de “Qualidade do Leite” (8,9%), conforme Gráfico 3.

O Gráfico 4 mostra a variação mensal do ICPLeite/Embrapa. Entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, os custos aumentaram. A partir daí, ocorreu uma queda intensa de maneira intensa até abril, iniciando um novo período de crescimento, com aumento de aceleração a partir de agosto.

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)