Entrando na era de ouro da Robótica de Ordenha

Entrando na era de ouro da Robótica de Ordenha

29 de setembro, 2024

É muito difícil quantificar o grau das mudanças na pecuária de leite desde que um robô ordenhou sua primeira vaca, há mais de 25 anos. Isso se deve, em parte, aos grandes avanços que a tecnologia fez nas últimas duas décadas.

O que começou como um método de redução de trabalho e criação de flexibilidade e consistência rapidamente se tornou uma revolução no conforto das vacas, bem-estar animal e sustentabilidade. "Para alguns, o aspecto do trabalho ainda está fazendo as pessoas optarem pela robótica", diz Jason French, gerente da DeLaval na América do Norte.

"Mas acho que cada vez mais estamos olhando para o bem-estar animal geral. As vacas em robôs parecem estar mais relaxadas. Estamos ouvindo relatos de fazendas que estão obtendo maiores expectativas de vida de suas vacas por causa dessa atmosfera mais relaxada e sem estresse em operações com robôs", diz French.

Foi uma compreensão mais completa de tudo o que é possível com a robótica que levou a indústria a este ponto. Dan Meihak, especialista da Lely North America, descreve a evolução: “Aquele primeiro robô era bem difícil de ser manuseado. Ele simplesmente pegava uma identificação e ordenhava a vaca – não coletava muita informação. Conforme começamos a criar mais e mais pontos de medição, conseguimos obter mais informações, o que nos levou a hoje com mais de 160 pontos de dados que são lidos de cada vaca e de cada unidade de ordenha.”

“É claro que essa é uma quantidade insondável de informações para um produtor usar. Então, estamos tentando criar algoritmos e informações de suporte que apontem algumas vacas e o que pode ser exclusivo delas – o que pode ser um ponto de atenção”, diz Meihak.

Amy Steinke, Diretora de Produtos e Marketing da BouMatic, diz que a inteligência artificial (IA) está impulsionando todos os setores, não apenas a pecuária de leite. “A IA fornece aos nossos robôs uma visão aprimorada por meio de algoritmos melhores, desenvolvidos usando redes neurais e mais imagens do úbere. Isso criou uma máquina de desempenho mais rápido, com menos falhas, menores tempos de colocação das teteiras, apenas porque as máquinas são capazes de aprender.”

Avanços contínuos

“Acho que outra melhoria, à medida que progredimos tecnologicamente, serão sensores adicionais nos robôs...para o monitoramento do leite e da saúde [das vacas]. Já estamos detectando proteínas, lactose e contagens de células, mas haverá mais análises de dados de componentes do leite no futuro, sejam níveis hormonais ou outros indicadores de saúde. À medida que todos esses dados são coletados, decisões de gestão mais inteligentes são tomadas, para saúde, fertilidade e outras partes da operação.”

French acrescenta que os fazendeiros são a força motriz por trás dos fabricantes, como a DeLaval, encontrando novas maneiras de aplicar e continuar melhorando a tecnologia. "São os produtores de leite desafiando o sistema sobre como eles podem torná-lo o mais eficiente e econômico possível."

Meihak faz alusão a um futuro não tão distante, onde as decisões de gestão não serão apenas mais eficientes e embasadas, mas possivelmente até mesmo automatizadas em algum grau por meio da aplicação de IA.

"As informações que coletamos começarão a automatizar a tomada de decisões. Isso significa que o software aprenderá como os dados são interpretado pelo usuário, o qual terá que registrar algumas das ações que ele realiza nessas vacas de atenção...A indústria está apenas começando a incorporar esse tipo de soluções sofisticadas de IA. No futuro, posso imaginar um momento em que os dados dirão o que há de errado com aquela vaca e o que você precisa fazer com ela, com base em ações passadas que você registrou”, diz Meihak.

Steinke descreve um processo de pesquisa e desenvolvimento para a BouMatic que inclui aprender sobre diferentes aplicações de tecnologia de outras indústrias. Ela diz que vê oportunidades para a tecnologia robótica ser aplicada em ambientes convencionais também.

“Na era digital de hoje, os produtores de leite querem insights para gerenciar melhor suas operações diárias. As informações que estamos começando a obter de um robô...também serão replicadas na ordenha convencional”, diz ela. “Então, por exemplo, sensores que podem detectar certos níveis de proteína em um robô podem eventualmente ser adicionados a futuros sistemas convencionais de ordenha e pacotes de automação.”

Olhando para os benefícios gerais da ordenha robótica, French espera prêmios para o leite ordenhado usando robôs. “Os processadores chegarão a um ponto em que desejariam que as vacas, e a mão de obra que cuida delas, venham de instalações de ordenha robótica e isso pode ser um prêmio no futuro. Não sei se isso é um sonho, mas acho que é algo que as fazendas adorariam ter e gostaria de descobrir se é possível.”

Sonho ou não, a tecnologia robótica continuará a evoluir enquanto os produtores de leite continuarem a perguntar “o que é possível?”

 

Fonte: Dairy Herd Management

Traduzido e adaptado pelo Canal do Leite

Disponível em: www.dairyherd.com/news/education/entering-golden-age-dairy-robotic-technology

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