Ferramenta da Embrapa ajuda a aumentar a eficiência das propriedades leiteiras

Ferramenta da Embrapa ajuda a aumentar a eficiência das propriedades leiteiras

09 de junho, 2020

Mais de 500 propriedades que produzem leite já utilizaram a ferramenta IAT-Leite, desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP). IAT significa Índice de Atualização Tecnológica e, no caso, é direcionada para a produção leiteira. Trata-se de um sistema de diagnóstico que permite conhecer o grau de uso de tecnologias, acompanhar a implementação de melhorias na propriedade e um mecanismo de diálogo e planejamento entre o produtor e o técnico do serviço de extensão rural que acompanha a propriedade.

O IAT-Leite contempla 190 perguntas (indicadores) que devem, preferencialmente, ser respondidas em conjunto pelo produtor e pelo técnico. Assim, eles podem discutir as tecnologias pertinentes para a realidade local e os recursos necessários para eventual adoção. Estes indicadores abordam as diferentes dimensões que envolvem a produção leiteira, tais como: alimentação, reprodução, sanidade, conforte e bem-estar, manejo de ordenha e manejo ambiental, entre outros.

A ferramenta é muito relevante pois foi desenvolvida para atender um complexo agroindustrial que fatura R$ 68,7 bilhões, com a produção de leite no país sendo estimada em 35,1 bilhões de litros, com cerca de 1,2 milhão de propriedades envolvidas e mais de 2 mil unidades de recebimento e processamento agroindustrial.

A observação dos indicadores de produtividade da bovinocultura leiteira demonstra o potencial latente de melhorias. No Brasil, a produção de leite por animal ainda é muito baixa, se comparada com a produção média mundial, atingindo apenas 1.771 kg/vaca/ano no período de 2015 a 2017.

De acordo com a pesquisadora Claudia De Mori, a tecnologia se destaca como um elemento fundamental para alcançar este aumento de eficiência na produção de leite no país. “E, neste sentido, o IAT-Leite se apresenta como ferramenta que pode auxiliar na análise do perfil tecnológico da propriedade leiteira e visualização de potenciais ações de melhoria”, disse.

Segundo Claudia, entre 2016 e 2018, a ferramenta foi aplicada em mais de 500 propriedades do Programa "Balde Cheio", em Minas Gerais. Este programa transfere tecnologias para a pecuária leiteira por meio da capacitação de técnicos que atendem os produtores de leite.

A agregação dos dados de perfil de atualização tecnológica das propriedades mostrou que algumas boas práticas têm maior grau de adoção. É o caso da amostragem e análise de solo em áreas produtoras de forragens, empregada uma vez por ano em mais de 80% das propriedades. Outros exemplos: mais de 80% das propriedades mantinham registro de controle leiteiro mensal ou quinzenal e mais de 60% delas executavam os processos de pré e pós-dipping na ordenha.

Outras tecnologias ainda possuem baixa adoção, como a oferta de formulação mineral específica para vacas em final de gestação (menos de 30% das propriedades); banco de colostro (menos de 5% das propriedades); e sistema de tratamento de dejetos (menos de 3% das propriedades). 

Esses dados também permitiram uma discussão com os técnicos e o direcionamento das ações de capacitação de técnicos e produtores do Balde Cheio. 

 

Fonte:  Embrapa

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