IBGE: Aquisição de leite pela indústria tem pior resultado desde 2016
10 de setembro, 2022
Os dados da Estatística da Produção Pecuária, divulgados pelo IBGE, confirmam um cenário preocupante para o setor leiteiro. No segundo trimestre deste ano, a aquisição de leite cru pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) teve o pior resultado desde 2016. Entre os meses de abril e junho, foram comprados 5,40 bilhões de litros de leite, o que representa queda de 7,6% em relação ao mesmo período de 2021.
“O setor leiteiro encontrou dificuldade para repassar os custos da cadeia produtiva para o consumidor final. O preço do leite sofreu considerável aumento no período, mas - mesmo assim - não conseguiu compensar os custos com a suplementação alimentar dos rebanhos e outras despesas como energia e medicamentos”, diz Bernardo Viscardi, supervisor de indicadores pecuários do IBGE.
Ainda de acordo com ele, fatores climáticos também contribuíram para a queda das aquisições de leite cru. “A escassez de chuvas em estados do Centro-Sul no primeiro trimestre comprometeu a qualidade da silagem, usada para complementar a alimentação dos animais durante o período tipicamente seco do 2º trimestre”.
Houve reduções em 20 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. As quedas mais significativas ocorreram em São Paulo (-115,67 milhões de litros), Goiás (-98,62 milhões de litros), Minas Gerais (-95,81 milhões de litros), Rio Grande do Sul (-65,81 milhões de litros), Paraná (-22,07 milhões de litros) e Mato Grosso (-21,66 milhões de litros).
Por outro lado, os acréscimos mais relevantes ocorreram em Sergipe (+18,18 milhões de litros) e Santa Catarina (+17,45 milhões de litros).
Cabe destacar que Minas Gerais continua liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,0% da captação nacional, seguido por Paraná (14,7%) e Rio Grande do Sul (12,7%), conforme a Estatística da Produção Pecuária, divulgada na última terça-feira (6).
Fonte: Agro em Dia