Mundial do Queijo: Conheça os supercampeões brasileiros do concurso em São Paulo

Mundial do Queijo: Conheça os supercampeões brasileiros do concurso em São Paulo

26 de setembro, 2022

O segundo Mundial do Queijo do Brasil, realizado entre 15 e 18 de setembro no Teatro B23, em São Paulo (SP), foi uma espécie de paraíso terreno para os amante de produtos lácteos. Impossível sair de lá sem a certeza da qualidade que os queijos brasileiros conquistaram nos últimos anos.

A Feira de Produtos de Terroir, com mais de 100 produtores nacionais, permitiu que o público conhecesse a grande diversidade do queijo artesanal brasileiro, com uma infinidade de técnicas, estilos, aromas e sabores. Dos sutis queijos de cabra cremosos, iogurtes e manteigas dos deuses, a pontentes receitas com longo tempo de maturação.

Se do lado de fora, a agitação das pessoas provando os queijos era intensa, no espaçoso foyer do teatro, a movimentação não era menos frenética. Um corpo formado por 180 jurados, divididos em mesas, avaliava 1133 produtos inscritos de 11 países: Brasil, México, Panamá, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Inglaterra e País de Gales.

Gruyère Reserve, o campeão do II Concurso de Quejos e Produtos Lácteos / Imagem: Divulgação

O II Concurso de Quejos e Produtos Lácteos elegeu os melhores em diversas categorias, distribuindo 484 medalhas, bem como escolheu os grandes queijos competidores, independentemente de estilo ou origem. A Suíça, com um tradicional Gruyère Reserve, venceu a disputa. O honroso segundo lugar do Mundial foi conquistado pela queijeira Heloisa Collins, do paulista Capril do Bosque, com uma receita de queijo azul batizada de Dolce Bosco.

"Um queijo incrível, interessante, com muita peculiaridade, muito bem trabalhado. Estou encantada com a supersofisticação desse produto", disse Luisa Villegas, do Instituto de Queso, entidade de consultoria técnica para a indústria do queijo com sede em San Sebastián, Espanha.

Destaques brasileiros

O Mundial foi produzido pela associação SerTãoBras, com apoio de diversas empresas e da Guilde Internationale des Fromagers, confraria francesa que promove outro importante concurso e colaborou com a premiação brasileira.

De acordo com Flavia Rogoski, diretora da SerTãoBras, realizar o concurso brasileiro foi decorrência do destaque que nossos queijos vêm conquistando em competições internacionais. No ano passado, por exemplo, o Brasil foi o segundo colocado em número de medalhas no Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, organizado pela Guilde.

Além disso, o evento contou com as categorias melhor queijeiro (quem faz) e melhor queijista (quem vende). O queijeiro campeão foi Vitor Gomide, da Laticínios Gomide, de Viçosa (MG). A queijista eleita foi Marina Cavechia, dona do Teta, misto de loja de queijos, restaurante, bar de vinhos e coquetéis em Brasília.

Os produtos que ganharam medalhas super-ouro foram eleitos os melhores por cada grupo de jurados e disputaram na votação dos melhores queijos do concurso. Confira, abaixo, os principais destaques brasileiros do Mundial.

Capril do Bosque

Coração em Brasa, da Carpil do Bosque / Imagem: Reprodução/Instagram

A queijeira Heloisa Collins, de Joanópolis (SP), foi uma das grandes premiadas do Mundial. Além do super-ouro com o queijo azul Dolce Bosco, levou ouro com outras receitas à base de leite de cabra: o Coração em Brasa (maturado com pimenta e carvão), o Blue da Mantiqueira (blend de cabra e búfala) e o Azul do Bosque. Ela ainda conquistou mais quatro bronzes.

SilvaniA2

Mussarela Nozinho, da SilvaniA2 / Imagem: Divulgação

A fazenda de Caçapava (SP) ganhou super-ouro com o queijo Desejo (maturado na cachaça), ouro com as mussarelas Nozinho e Palito e outras cinco medalhas. A queijeira Camila Almeida foi premiada no Mondial de Fromage de 2021, na França, com receitas originais: um queijo envolto em flores, outro com cerveja de macadâmia e o terceiro recheado com formigas içá.

Serra do Bálsamo

Foguin, da Serra do Bálsamo / Imagem: Reprodução

A Serra do Bálsamo, de Guapó (GO), faz queijos bem maturados e austeros, para quem curte sabores potentes. Briozo, receita com mais de 40 dias de maturação, foi eleito super-ouro. Foguin, flambado no uísque, ganhou ouro. Azeitão, um queijo bem intenso banhado em azeite, levou prata. Furão, envolto em pasta de páprica, saiu com concurso com bronze.

Vermont

Morro Azul, da Vermont / Imagem: Reprodução/Instagram

Bruno e Juliano Mendes, irmãos de Pomerode (SC) e primos da famosa chef Roberta Sudbrack, produzem queijos finos com receitas internacionais, regionais e originais. Tomme Vaudoise, queijo de casca de mofo branco, interior cremoso e receita suíça, ganhou medalha super-ouro. O também cremoso Morro Azul, receita própria da Vermont, levou ouro.

Lano-Alto

Romano, da Lano Alto / Imagem: Divulgação

O queijo Causo, da Lano-Alto, de Catuçaba (SP), foi eleito super-ouro. Tem maturação de cinco meses e casca de mofo. A queijaria conquistou ouro com o Romano, também maturado por cinco meses, de textura firme, sabor intenso e picante. A medalha de prata foi para o cremosíssimo Requeijão de Prato, receita típica da Serra do Mar.

Reserva do Lago

Canastra Mineiro, da Reserva do Lago / Imagem: Divulgação

A queijaria Reserva do Lago, de Delfinópolis (MG), foi outra arrebatadora de prêmios. Levou nove medalhas, algumas com variações do tradicional queijo da Serra da Canastra mineiro, em diferentes estágios de maturação. O Serra Preta, maturado com café, levou prata. O ouro da casa foi para o requeijão com raspas de tacho elaborado pelo queijeiro Thiago Vilela Tristão.

Serra das Antas

Gorngonzola Dolce, da Serra das Antas / Imagem: Divulgação

A queijaria Serra da Antas, de Bueno Brandão (MG), levou ouro com seu Gorngonzola Dolce, um escândalo de cremosidade e sabor. Lua Cheia, queijo branco com casca de mofo e carvão, também ganhou medalha de ouro. O Comté, de receita francesa, com massa dura e amarela, saiu do concurso com prata e o Vô Bastião, tipicamente mineiro, com bronze.

Pardinho

Cuesta, da Pardinho / Imagem: Divulgação

A fazenda, localizada em Pardinho (SP), cria gado da raça gir e prepara queijos potentes, de longa maturação numa cave subterrânea. O mofo das cascas é vistoriado diariamente e lavado, caso haja necessidade. Cuesta 10 meses, Cuesta 8 meses, Cuestinha e Mandala levaram medalha de ouro. Cuestazul ganhou prata e Mandalinha, bronze.

Belafazenda

Duzu, da Belafazenda / Imagem: Divulgação

A queijeira Carolina Vilhena Bittencourt saiu do Mundial do Queijo com oito medalhas, incluindo ouro para o Duzu, queijo azul de massa bem cremosa. Em Bofete (SP), ela elabora queijos autorais ou com inspiração em clássicos europeus. Outros destaques da casa são o Benzinho (prata) e o Bem Brasil (bronze), que levou ouro no Mondial du Fromage de 2021.

Lita

A

Cremoso Suvae, da Lita / Imagem: Divulgação

A Queijaria Lita, de Paranavaí (PR), fundada em 2020, arrebatou seis prêmios no Mundial. Apesar de tão tenra idade, ganhou ouro com o Lita Cremoso Suave e com o Lita Maturado Suave. A família Feuser trabalha com gado leiteiro há 20 anos, mas apenas recentemente decidiu aventurar-se no mundo dos queijos, com resultados positivos imediatos.

Fazenda Santa Luzia

Queijos variados da Fazenda Santa Luzia / Imagem: Divulgação

A queijaria de Itapetininga (SP) foi outra acumuladora de prêmios, com oito medalhas. O ouro foi para Castanho, queijo de maturação longa, de um ano, com consistência dura, sabor picante e intenso. Cândido, jovem, de massa mole e mofo branco, ganhou prata, assim como Fernão (duro e amanteigado), Raízes (semi-duro) e o queijo coalho da casa.

Salto do Panema

Caprino Romano, do Salto do Panema / Imagem: Divulgação

Os queijos de cabra foram bem representados no concurso e o Capril Salto do Panema, de Salto Grande (SP), colecionou cinco medalhas com suas delicadas receitas. Ouro para Caprino Romano, queijo maturado que pode ser ralado, como o parmesão. Quatro variações do Boursin, queijo cremoso em bolinhas, temperado de diversas formas, levaram prata e bronze.

Jeito do Mato

Requeijão da Raspa de Tacho, da Jeito do Mato Imagem: Divulgação

A manteiga de garrafa da Queijaria Jeito do Mato, de Fernandópolis (SP), levou o prêmio máximo. O queijeiro Diego Trevizan também saiu premiado com bronze em dois estilos de requeijão, o tradicional e o caipira com raspa do tacho. Este último aproveita as raspinhas de leite queimado do fundo da panela, recheando a massa com pedacinhos tostados e crocantes.

Rancho das Vertentes

Doce de leite do Rancho das Vertentes Imagem: Divulgação

O doce de leite foi uma das grandes atrações do Mundial de Queijo, com diversos produtores expondo suas criações. A receita do Rancho das Vertentes, de Barbacena (MG), com leite de cabra, ganhou medalha de ouro. O capril papou mais seis bronzes com seus queijos, incluindo o Névoa Valençuai, premiado com ouro no Mondial du Fromage de 2019.

 

Fonte: Uol

  • Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

  • Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

  • Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

COMPARTILHAR

CONTEÚDOS ESPECIAIS

Proluv
Top