Preço do leite sobe em agosto e a alta deve se intensificar em setembro
20 de outubro, 2024
Com oferta menor que a esperada, o preço do leite ao produtor subiu em agosto. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), o valor pago ao produtor registrou alta de 1,4% na “Média Brasil” frente ao mês anterior, atingindo R$ 2,7607/litro em termos reais. A expectativa de agentes do setor é de que o movimento de elevação ganhe força em setembro.
Com o período de seca mais alongado, intensificado por uma alta incidência de queimadas em diversas regiões do país, os pecuaristas têm enfrentado maiores dificuldades na manutenção de seus rebanhos. Assim, mesmo com o aumento da margem do produtor nos últimos meses, o estímulo à atividade foi menor do que o previsto.
A relação de troca – depois de permanecer estável em julho – piorou 2,7% em agosto, devido ao aumento no preço médio do milho. Dessa forma, forma necessários 21,6 litros de leite para adquirir uma saca do cereal.
Os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado e o mercado ainda se mostra instável e com incertezas. Mas o consumo tem se mantido firme. Os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.
Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro. Segundo o CEPEA, o leite UHT, o queijo muçarela e o leite em pó se valorizaram 7,6%, 2,7% e 1,3% no atacado paulista, entre agosto e setembro.
Mesmo com o leve recuo de 0,53% das importações em setembro, as compras externas somaram 187 milhões de litros em equivalente leite. Esse volume é 21,3% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Já as exportações, principalmente dos queijos, que aumentaram 46%, registraram volume 97% maior que o verificado em setembro/23.
Fonte: CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada