Mesmo com o Brasil colhendo uma das maiores safras de milho de todos os tempos, o mercado do cereal se aqueceu bastante no país. Os preços do milho vem apresentando um trajetória consistente de alta no último mês e, esta semana, atingiram o recorde histórico no mercado interno.

Se – por um lado – isto é muito bom para os produtores do cereal, por outro lado, representa preocupação para os produtores de leite, suínos e aves. Pois, o milho é bastante significativo – em maior ou menor grau – na planilha de custos destes últimos.

Além do milho, outros insumos importantes – como farelo de soja, fertilizantes, medicamentos e minerais – também subiram. Mas, as fortes altas no preço do leite pago ao produtor estão favorecendo a margem da atividade leiteira, mesmo com o aumento nos custos de produção.

Wagner Beskow – da Transpondo Consultoria Agropecuária – alerta que o leite vai acabar tendo redução de preço nos próximos meses e isto vai expor uma realidade bastante complicada: as margens de lucro da atividade serão, fatalmente, comprometidas.

“É momento de lembrar dos fundamentos e focar em custo e resultado por litro, no caso do leite, e nunca simplesmente custo por mês ou ano. Isso implica foco ainda mais acirrado em produtividade, que é a relação do que se tira para o que se põe de cada um dos recursos de produção (terra, capital e trabalho)”, ressalta o consultor gaúcho.

Para ele, só há um caminho para economizar na ração concentrada: “produzir um volumoso de qualidade, seja qual for o que você usa, pasto, silagem de milho planta inteira, pré secado, feno ou uma combinação destes. Errou no volumoso, ou a seca ou a geada não permitiram acertar, paga no concentrado. Não tem outra opção”.