Receita de queijo da avó atravessa gerações

Receita de queijo da avó atravessa gerações

01 de agosto, 2022

Da união do leite produzido na propriedade da família, em Arapoti (PR), com especiarias variadas e uma receita holandesa, nasceu o queijo Gouda Cornélia, do produtor Sander Verburg, um dos ganhadores do Prêmio CNA Brasil Artesanal-Queijos.

A receita veio para o Brasil por meio da avó do produtor que migrou da Holanda na década de 60. Ela ensinou a técnica para as noras e a receita passou de geração em geração até chegar a Verburg, que aprendeu com a mãe a arte de fazer o queijo artesanal.

“Minha vó fazia esse queijo na Holanda, na época até produzia um queijo renomado e premiado por lá. Após a família migrar para o Brasil, ela continuou a fazer queijos para consumo próprio e da família. Minha mãe aprendeu e com o passar dos anos. Em 2021, voltei da Holanda para também ajudar na queijaria. Hoje eu faço os queijos e assim se inicia a terceira geração”, afirmou.

O produtor ficou em primeiro lugar em duas categorias do Prêmio CNA Brasil Artesanal: queijos com “30 a 180 dias de maturação” e “aromatizados e/ou condimentos”. O queijo premiado é uma homenagem à avó de Verburg que se chamava Cornélia.

O produto é feito com leite cru e no aromatizado foi adicionado o feno-grego, especiaria também usada na cozinha indiana que deu ao queijo um sabor com toques de nozes.

Trocar a vida corrida na Holanda pela vida no campo no Brasil foi uma das vantagens que Verburg viu na produção de queijos artesanais. Antes de se mudar, ele e a esposa fizeram um estágio em uma queijaria na Holanda para aprender o básico.

“Minha esposa sempre teve o desejo de ter uma vida no campo, mais próximo da natureza e mais espaço à sua volta. Quando, em 2020, minha mãe expandiu a queijaria, ela percebeu que teria bastante trabalho adicional para manter o negócio girando, então surgiu a ideia de eu migrar para o Brasil e deixar a vida na Holanda para ajudá-la na queijaria.”

Segundo Verburg, o prêmio CNA Brasil pareceu uma boa oportunidade para ver como o queijo que produz se sairia nos concursos nacionais e, assim, também avaliar o desempenho da produção. Esse foi o primeiro concurso que participam e o primeiro prêmio do queijo Cornélia.

“Com esse prêmio, o reconhecimento veio maior do que esperávamos. É muito gratificante poder mostrar à minha mãe que estamos dando continuidade ao legado que ela e minha avó nos passaram. O dinheiro do prêmio será usado para executar melhorias no processo de produção”, disse.

Além de melhorar a produção, o produtor quer obter o Selo Arte e acredita que o prêmio pode ajudar a dar “largos passos” nesse processo.

“A premiação ajuda a dar muita visibilidade para nosso produto, mas também para nossa cidade e a cultura da nossa região. Espero que a política nacional, estadual e, principalmente municipal, olhe para os pequenos produtores que querem seguir o caminho certo com as devidas inspeções.”

Sander Verburg disse que os filhos terão a liberdade de escolher seu próprio caminho, mas pretende passar a eles a técnica aprendida com a mãe.

“Meus filhos ganharão a liberdade de aprender e desenvolver os seus dons e, se caso um desses dons for fazer queijo, serei o primeiro a estimulá-los nessa trajetória. Hoje, brincando, eles já nos ajudam a virar queijos, embalar e atender clientes”, concluiu.

 

Fonte : CNA

                                                            Sander Verburg (a direita de camiseta preta com a família)

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