O jornalista Miguel Daoud, em seu Blog, afirma que este ano será muito importante para o futuro da pecuária brasileira. Segundo ele, nos próximos meses, o governo pretende vacinar pela última vez - contra febre aftosa - uma parte do nosso rebanho. A ação está prevista em um plano estratégico para a eliminação por completo da vacinação. Os primeiros estados que deverão aderir são: Rondônia, Paraná e Acre. Além disso, alguns municípios, na divisa destes estados, serão também imunizados pela última vez no Amazonas e no Mato Grosso.

Para Daoud, em um primeiro momento, a estratégia parece ser boa, já que tem o objetivo de mostrar ao mundo que o gado brasileiro está livre de qualquer possibilidade de febre aftosa. "Mas eu pergunto: será que já estamos preparados para esse passo tão ousado, tendo em conta o tamanho da nossa fronteira com países como Bolívia e Paraguai, por exemplo"?

"Ao meu ver, essa decisão do Ministério da Agricultura de iniciar o fim da vacinação já para o próximo ano pode colocar em risco a pecuária brasileira, começando mesmo pelo o estado de Rondônia e Mato Grosso, que possuem ligação direta com a Bolívia, um país nada confiável e que pode apresentar um novo foco a qualquer momento".

Segundo Daoud, esse projeto mostra que o Ministério da Agricultura não tem um amplo conhecimento dos nossos vizinhos a respeito de doenças que podem atingir a pecuária brasileira. "O meu temor, meus amigos, é que o tiro acabe saindo pela culatra. Se este plano não for muito bem executado, existe a chance do Brasil ficar sob dúvida do comércio internacional e algumas barreiras serem impostas".

Ele finaliza dizendo que esse plano deveria ser revisto, de modo a assegurar que um mercado tão importante - como o da pecuária brasileira - não seja afetado simplesmente por uma precipitação de um ministério que não soube trabalhar com as variáveis que o caso apresenta.