A nova edição do levantamento anual Top 100 foi divulgada esta semana. Juntos, os 100 maiores produtores de leite do país somaram cerca de 975 milhões de litros em 2022, número significativamente superior ao último levantamento realizado.

Na vanguarda do leite brasileiro, a evolução dos nossos maiores produtores se confirma ano após ano. A produção dos Top 100 alcançou média de 26,72 litros por dia, 4,75% a mais que em 2021 e 308% que em 2001. A título de comparação, a produção formal do país cresceu, no mesmo período, somente 79,75%.

Chama a atenção o fato de que esse crescimento ocorreu em uma época em que a produção brasileira caiu 5% e em sequência a um ano difícil para o setor produtivo, como foi 2021.

Localização das grandes fazendas

A região que tem maior número de propriedades na lista das Top 100 é o Sudeste. Este ano, com 51 propriedades no ranking (uma a menos que 2022), a região soma uma produção de 506,5 milhões de litros e representa mais da metade de toda a produção dos Top 100 (52%).           

Embora o Sudeste seja a região com maior quantidade de propriedades no levantamento, a cidade que mais possui fazendas participantes do Top 100 2023 é Carambeí/PR, com 7 propriedades, seguida por Castro/PR com 6 fazendas e Arapoti/PR com 4. Isto evidencia que a região dos Campos Gerais do Paraná como uma importante bacia leiteira do país. As 7 propriedades localizadas em Carambeí totalizaram 91,20 milhões de litros de leite produzidos em 2022, representando 10,69% da produção total dos Top 100 2023.

Os 3 maiores

A Fazenda Colorado, localizada em Araras/SP, pelo décimo ano consecutivo, é a primeira colocada do ranking Top 100, com uma produção diária de 92.657 litros.

Assim como no último levantamento, a Melkstad – de Carambeí/PR – segue na segunda colocação, com uma produção média diária de 83.717 litros.

A Fazenda São José, de Olavo Silva Barbosa – localizada em Tapiratiba/SP -  ficou na terceira colocação, produzindo diariamente uma média de 77.680 litros.

Custos, rentabilidade e comercialização

No levantamento Top 100 de 2021 (com base nos dados de 2020), o custo médio de produção foi de R$ 1,55 por litro. Já, no levantamento de 2022 (base de dados de 2021), esse valor se estabeleceu em R$ 1,89 para o grupo. No levantamento desse ano, o custo de produção médio por litro de leite fechou em R$ 2,40. Cabe destacar que, para esse número, a base é do ano de 2022, onde reflexos da pandemia ainda eram sentidos com maior intensidade e conflitos entre nações geraram impactos na produção. 

O dinamismo comercial existente entre os participantes da listagem vale destaque. Esse ano, mais de 130 laticínios (contando marcas próprias) foram destino da comercialização do grupo. O Pool do Leite (Cooperativas Castrolanda, Frísia, Capal e Witmarsum) e Grupo Lactalis, incluindo CCPR/Itambé, lideram a lista no Top 100 2023. “Os grandes produtores têm certamente mais opções de comercialização, especialmente em um cenário recorrente de oferta restrita. Isso gera melhores possibilidades de remuneração, o que reflete na intenção de crescimento”, afirma Marcelo Carvalho, CEO da MilkPoint Ventures – organizadora do levantamento.

Sistemas de produção e raças

O levantamento mostrou que os “100 mais” optam, principalmente, pelo Free Stall (48%), seguido do Compost Barn (34%). Com menor expressão, aparecem as propriedades que possuem mais de um tipo de alojamento (11%), os piquetes em pastagem rotacionada (5%) e os piquetes para descanso (2%).

Quando falamos em utilização do sistema Compost Barn, a quantidade de propriedades adeptas ao sistema esse ano (34%) cresceu 5 pontos percentuais em relação ao ano anterior (29%). 

Com relação às raças utilizadas para a produção de leite, a raça Holandesa é predominante, presente em 75% das propriedades, seguida pela raça Girolando, com 22%.

Foco em crescimento

O levantamento mostra ainda que a expectativa do grupo para permanecer evoluindo é alta, ressaltando a confiança do grupo na atividade.

Dos 100 maiores produtores, 45 pretendem expandir a produção em até 20% nos próximos 3 anos. Outros 37 tem a expectativa de crescimento entre 20% e 50% para o mesmo período, 6 pretendem crescer mais do que 50% e 12 não pretendem expandir a produção.

Destaques

• A produção dos Top 100 no ano de 2022 alcançou média diária de 26.721 litros, 4,75% superior a 2021 e 308% maior que no primeiro levantamento realizado, em 2001;
• Em 2022, 58% dos produtores consideraram a rentabilidade da atividade leiteira melhor se comparada ao ano anterior. Em 2021, esse percentual foi de 36%;
• Dos 100 produtores, apenas 5 tiveram o custo de produção acima de R$3,00 e nenhum produtor apontou custos abaixo de R$1,75.
• Os Top 10 tiveram média de produção 5,79% superior ao ano anterior, com 65.963 litros/dia;
• Apenas 9 das propriedades atuam com sistema baseado principalmente em pastagem. No ano anterior, eram 14 as propriedades que tinham os animais com acesso a pasto em praticamente o ano todo;
• A Região Sudeste somou mais de 506 milhões de litros de produzidos pelos Top 100 no ano e se mantém como a região com maior volume de produção no grupo;
• Minas Gerais permanece como o estado com o maior número de propriedades no levantamento, com 40 propriedades, seguido do Paraná com 19 e de São Paulo com 11;
• A raça Holandesa é a mais utilizada entre os Top 100, presente em 75 fazendas. A raça Girolando vem em seguida, como principal raça em 22 propriedades, e 3 produtores utilizam Jersolanda/Kiwicross;
• Os 100 maiores produtores do país somaram, aproximadamente, 975 milhões de litros no ano de 2022, número significativamente superior ao último levantamento realizado;
• A maior parte dos produtores do Levantamento Top 100 2023 teve o custo de produção entre R$2,00 e R$2,25 (29%), seguidos de 23% com custo entre R$2,50 e R$2,75, e 22% com o custo entre R$2,25 e R$2,50.
• Pelo 10º ano consecutivo a Fazenda Colorado garante o lugar de maior produtora de leite (92 mil litros/dia) no Brasil;
• 83% das propriedades mantêm seus animais em sistemas confinados (Free Stall e Compost Barn), número que aumentou 5 pontos percentuais em relação ao ano anterior;
• Carambeí, no Paraná, é a cidade que possui maior número de produtores (7) e permanece como a maior produtora de leite dentre as cidades do Top 100 2022;
• O Centro-Oeste foi a região que teve maior incremento em relação a 2021, com um crescimento de 12,45% (11.168.862 de litros);
• A Região Sul é destaque em produção por propriedade, com média de 10,4 milhões de litros/propriedade/ano, dentro dos Top 100;
• Dos 10 produtores com maior incremento de produção, 8 estão localizados em Minas Gerais, 1 em São Paulo e 1 no Paraná.

 

 

Faça o download do levantamento completo de 2023:

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• Levantamento Top 100 - 2023

  Top100 - 2023.pdf (4,39 MB)

 

Fonte: MilkPoint