Custo de produção de leite recuou -2,6% em Junho
10 de julho, 2022
Pelo segundo mês consecutivo os custos de produção de leite caíram. No mês de junho o recuo foi de -2,6%. No acumulado do bimestre, a queda foi de -3,9% em relação aos custos de produção do mês de abril. E a maior queda de preços veio da alimentação do rebanho, a principal componente de custos de produção.
Houve uma retração de preços em itens de custos que são commodities. Grãos e fertilizantes vinham subindo continuamente nos últimos meses, como consequência da desorganização das cadeias de suprimento devido à pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, pelas incertezas geradas logo no início do conflito Rússia e Ucrânia. Com a percepção dos impactos com maior clareza os preços recuaram e encontraram um patamar de acomodação.
O resultado é que as expectativas de inflação fora de controle, criadas no início do ano, não se verificaram na produção de leite e o primeiro semestre do ano fechou com custos acumulando variação de 2,5%. No acumulado de doze meses, a inflação de custos de produção ainda permanece em dois dígitos e atingiu 10,7%, para o período de julho/2021 a junho/2022.
Os itens que puxaram os custos para baixo
Pelo terceiro mês consecutivo o grupo "Concentrado", que representa a alimentação baseada em ração formulada com grãos, apresentou queda de preços. No mês de junho foi -8,6%, resultante de mais uma queda de preços de soja e milho. O custo de produção do grupo "Volumosos" também teve retração expressiva de -2,5% em junho, motivado pela nova queda de preços dos adubos. Os grupos "Concentrado e Volumosos" respondem por 61,7% resultado final do ICPLeite/Embrapa. O grupo "Energia e Combustível" mostrou preços comportados no mês de apuração e não impactou na variação de custos de produção.
O grupo "Minerais" e o grupo "Sanidade e reprodução" apresentaram variações positivas de preços, com impacto no custo de produção, mas moderado, enquanto "Qualidade do Leite" e "Mão de Obra" tiveram variações significativas para o período de apenas um mês.
Os resultados para o mês de junho obtidos para cada um dos grupos de custos que compõem o ICPLeite/Embrapa encontram-se no Gráfico 1, a seguir.
Nos primeiros semestre do ano, terminado em junho, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 2,5%, mostrando uma significativa reversão de expectativas. O grupo "Minerais" atingiu o patamar de inflação de 26,5%, seguido pelo grupo "Mão de Obra", que também apresentou uma inflação acumulada elevada, de 17,6% no período. A alimentação registrou custos com sentidos contrários. Enquanto "Volumosos" apresentou inflação de 5,5%, o grupo "Concentrado" teve uma deflação de -6,4%. O grupo que apresentou maior deflação de preços dos itens que compõem os custos foi "Energia e Combustível", com o acumulado no semestre de retração de -13,2%.
A inflação acumulada num período de doze meses ainda permanece elevada, mas descendente. Numa comparação com junho/2021, o ICPLeite/Embrapa registrou uma inflação de 10,7%. Neste período de doze meses o custo do grupo "Minerais", cresceu 57,2%, seguido de perto pelo grupo "Volumosos", com 41,0% de variação acumulada. O grupo "Mão de obra" apresentou expressiva variação positiva, contribuindo para elevar os custos de inflação, e somente o grupo "Concentrado" registrou variação negativa no acumulado de doze meses, com queda de preços de -6,7%.
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)
Disponível em: www.cileite.com.br/sites/default/files/ICPLeite_junho_2022.pdf