EMBRAPA: Custo de produção de leite sobe pelo terceiro mês consecutivo
16 de agosto, 2024
O mês de julho registrou uma elevação de custos de produção de leite, medido pelo ICPLeite/Embrapa, de 0,9%. Nos três últimos meses (maio a julho), ocorreu uma elevação contínua, acumulando 3,4% e evidenciando uma tendência altista nos preços de insumos. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, contudo, ainda há uma deflação de custos (-1,6%). Mas, nos últimos doze meses, o custo de produção de leite cresceu 2,0%.
Alta generalizada de elevação de preços
Em julho, os preços de insumos cresceram de modo generalizado, demonstrando que o fenômeno de inflação de custos sinaliza uma tendência para o setor. O grupo “Energia e combustível” liderou os aumentos, puxado pela gasolina e pela mudança da energia para a bandeira amarela, seguido pelo grupo “Volumosos”, com a alta nos preços dos adubos. Este fenômeno ocorreu nos últimos quatro meses e reflete a valorização do dólar frente ao real, já que os adubos são majoritariamente importados. Os grupos “Concentrado”, “Minerais” e “Sanidade e reprodução” também apresentaram elevação, embora de intensidades menores.
O custo da “Mão de obra” permaneceu inalterado e o custo “Qualidade do leite” registrou leve queda de -0,3%. Os dados constam do Gráfico 1.
O ano de 2024 tem apresentado volatilidade nos preços de insumos, com variações positivas e negativas nos meses do ano. O grupo “Concentrado” teve forte queda de preços no início do ano e nos meses subsequentes, principalmente devido à queda de preços de milho, soja e algodão, dentre outros. O acumulado de sete meses foi de -11,1%, o que foi decisivo para uma deflação para o acumulado do ano, que foi de -1,6%. Além da intensidade da queda, o elevado peso desse grupo no cálculo do ICPleite/Embrapa foi decisivo. “Minerais” e “Qualidade do leite” foram grupos que também apresentaram deflação, ainda que restrita.
Em sentido contrário outros quatro grupos de custos, que compõem o ICPLeite/Embrapa, apresentaram inflação. “Energia e combustível” acumulou 10,0% no ano, seguido por Mão de obra, com 5,7%. O grupo “Volumosos” e “Sanidade e reprodução” tiveram, respectivamente variações de 4,9% e 4,6%. Os dados constam do Gráfico 2.
No acumulado de doze meses, a variação dos custos de produção foi de 2,0%, com quatro grupos apresentando crescimento significativo de custos. O de maior intensidade foi o grupo “Energia e combustível”, com 11,0% de variação acumulada, enquanto que os de maior impacto, pelo seus pesos relativos, foram os grupos “Volumosos” e “Mão de obra”, com 6,9% e 5,7% de variação no período, respectivamente. O grupo “Sanidade e reprodução” acumulou aumento de 3,9%. Já o grupo “Concentrado” apresentou deflação de -2,6%, conforme Gráfico 3.
O Gráfico 4 mostra a variação mensal do ICPLeite/Embrapa. De julho a outubro de 2023 os custos mantiveram-se estáveis. A partir daí, ocorreu uma forte elevação até janeiro de 2024, quando os preços caíram de maneira intensa, até abril, iniciando um novo período de crescimento.
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)