Custo de produção de leite volta a subir em Agosto
06 de setembro, 2022
Após três meses recuando, os custos de produção de leite voltaram a subir. No mês de agosto, o aumento registrado pelo ICPLeite/Embrapa foi de 3,0%, a maior inflação mensal desde maio/21. Os dois primeiros quadrimestres deste ano acumularam alta de 4,3%, voltando a subir após o movimento decrescente observado nos últimos meses. Os últimos 12 meses acumularam inflação de 10,4%.
Maiores impactos no custo de produção
O grupo “Concentrado” apresentou a maior variação, impulsionado pelo aumento de preços da mistura pronta e também da soja. Este grupo, que possui a maior contribuição para o cálculo do indicador, subiu 7,5%. O grupo “Energia e combustível” apresentou a segunda maior alta, motivada pelo reajuste na tarifa de energia elétrica, que ocorreu em julho e que refletiu somente no mês seguinte. O reajuste no preço da energia suplantou a retração observada nos preços dos combustíveis, ainda devida à desoneração de tributos no varejo e redução de preços nas refinarias. Este grupo variou 6,6%.
A queda dos preços dos combustíveis, no entanto, foi o motivo da retração ocorrida no grupo “Volumosos”, o único grupo que apresentou deflação no mês (-1,8%), contribuindo para segurar o indicador, já que esse grupo possui o segundo maior peso relativo na ponderação do indicador.
Os grupos “Sanidade e reprodução” e “Qualidade do leite” variaram 0,7% e 0,6%, respectivamente. O grupo “Minerais” não apresentou variação significativa e o grupo “Mão de obra” não variou. Os resultados para o mês de agosto obtidos para cada um dos grupos de custos que compõem o ICPLeite/Embrapa encontram-se no Gráfico 1, a seguir.
Nos oito primeiros meses do ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 4,3%, revertendo o movimento de queda observado no trimestre que o antecedeu. O grupo “Mão de obra” atingiu variação de 17,6%, seguido pelos grupos “Minerais”, que apresentou uma inflação acumulada de 12,5% no período. O grupo “Sanidade e reprodução” registrou o acumulado de 7,8%, seguido do grupo “Qualidade do leite”, que foi de 1,8%.
A novidade neste mês foi o grupo “Concentrado”, que voltou a acumular variação positiva, 1,6%. As deflações ocorreram nos grupos “Energia e combustível” e “Volumosos”. Respectivamente, foram -12,3% e -0,7%.
A trajetória descendente da inflação acumulada no período de doze meses foi interrompida em agosto, quando voltou a subir, apresentando variação de 10,4%. Neste período de doze meses, o aumento do grupo “Minerais” foi de 32,8%, seguido de pelo grupo “Volumosos”, com 21,3% de variação acumulada. O grupo “Mão de obra” apresentou variação positiva, contribuindo para elevar os custos de inflação.
O grupo “Sanidade e reprodução” registrou crescimento de 8,7% e o grupo “Concentrado” também, 1,8%. Porém, dois outros grupos registraram deflação no acumulado de doze meses, quais sejam: “Qualidade do leite” (-0,5%) e “Energia e combustível” (-4,6%).
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)