Custo de produção elevado e abate de matrizes devem limitar oferta de leite em 2020

Custo de produção elevado e abate de matrizes devem limitar oferta de leite em 2020

24 de janeiro, 2020

A alta nos custos de produção e o aumento no abate de matrizes devem limitar a oferta de leite no mercado brasileiro este ano, principalmente no primeiro trimestre. A avaliação é de pesquisadores do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada  da Esalq/USP).

No que tange aos custos de produção, os preços do milho e do farelo de soja têm subido no mercado brasileiro e isto gera um forte impacto nos preço dos concentrados para o gado de leite, de acordo com a entidade. Por outro lado, os pesquisadores destacam que os preços da arroba do boi atingiram recordes no encerramento de 2019 e isto levou muitos produtores de leite a mandarem fêmeas para o abate precocemente.

"Também deve-se levar em conta que, dada a alta nos preços dos bezerros, é possível que produtores de leite invistam na criação destes animais e passem a destinar maior parte da produção de leite para a sua alimentação", avalia o CEPEA.

Custo de produção

Os pesquisadores informam que - após registrar alta de 1,45% em dezembro de 2019 - o custo de produção do leite terminou 2019 com elevação de 2,65% na “média Brasil”, que considera os seguintes estados: BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Os principais componentes que contribuíram para a alta nos custos foram mão de obra (+4,44%); adubos e corretivos (+2,66%); concentrado (+1,46%) e suplementação mineral (+1,45%).

No primeiro semestre, o produtor se viu em um cenário de recuperação de margens, com altas consecutivas no valor recebido pelo leite e estabilidade no preço da saca de milho. Já, o segundo semestre foi marcado pela retração no fluxo de caixa das propriedades, uma vez que a receita foi prejudicada pela queda no preço do leite e os custos aumentaram com a disparada nas cotações do cereal.

Os pesquisadores destacam, também, a valorização do dólar em relação ao real em 2019. Por um lado, ela teve papel principal influenciando diretamente na elevação dos preços de fertilizantes e suplementos minerais. Em contrapartida, ela foi coadjuvante, elevando a competitividade do milho brasileiro no cenário externo. Com isso, houve aumentos expressivos nas exportações, favorecendo o aumento dos preços do cereal no mercado interno.

Para 2020, segundo o CEPEA, as atenções continuam voltadas para o mercado de milho. Com o volume de estoques reduzido no início do ano, a expectativa de aumento do consumo interno e o dólar valorizado ante o real, há perspectiva de sustentação nos preços do cereal, o que pode encarecer o principal custo da atividade leiteira, a nutrição animal.

No balanço de 2019, as exportações de lácteos somaram 24,5 mil toneladas (6,2% acima do registrado em 2018). Conforme o CEPEA, parte do aumento esteve atrelado às maiores vendas de leite fluido e creme de leite no período. Já o volume importado totalizou 142,4 mil toneladas (recuo de 6,9% frente ao mesmo período de 2018). A baixa de 10,4% nas aquisições de leite em pó no ano foi o principal fator para o recuo no volume total.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

  • Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

  • Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

  • Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

COMPARTILHAR

CONTEÚDOS ESPECIAIS

Proluv
Top