Custo de produção de leite sobe em agosto

Custo de produção de leite sobe em agosto

20 de setembro, 2024

De acordo com o ICPLeite/Embrapa, o mês de agosto registrou uma elevação de custos de produção de leite de 0,1%. Ainda que restrita, esta elevação é a quarta seguida – acumulando 3.5% de maio a agosto e confirma uma tendência altista de preços de insumos. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, contudo, ainda há deflação de custos (-1,5%). Mas, nos últimos doze meses, o custo de produção de leite cresceu 2,2%.

Energia Elétrica foi o item de maior impacto

Em agosto, o grupo “Energia e combustíveis” impactou muito os custos de produção de leite (5,6%). A falta de chuvas está colocando os reservatórios de geração de energia em risco, o que explica tarifas majoradas pela adoção da bandeira amarela. Os grupos “Volumosos” e “Minerais” tiveram um variação restrita de 0,2%. No primeiro caso, puxado pelo preço de fertilizantes. O grupo “Qualidade do Leite” teve redução de custos (-2,2%), o mesmo ocorrendo com os grupos “Concentrado” (-0,6%) e “Sanidade e reprodução” (-0,1%). O custo da “Mão de obra” permaneceu inalterado. Os dados constam do Gráfico 1.

O ano de 2024 tem apresentado volatilidade nos preços de insumos, com variações positivas e negativas nos meses do ano. O grupo “Concentrado” teve forte queda de preços no início do ano e em meses subsequentes, principalmente devido à queda de preços de milho, soja e algodão, dentre outros. O acumulado de sete meses foi de -11,6%, o que foi decisivo para uma deflação para o acumulado do ano, que foi de -1,5%. Além da intensidade da queda, o elevado peso desse grupo no cálculo do ICPleite/Embrapa foi decisivo. O grupo “Qualidade do leite” também apresentou deflação de -4,7%.

Em sentido contrário outros quatro grupos de custos, que compõem o ICPLeite/Embrapa, apresentaram inflação. “Energia e combustível” acumulou 16,1% nos oito primeiros meses do ano, seguido por "Mão de obra", com 5,7%. O grupo “Volumosos” e “Sanidade e reprodução” tiveram, respectivamente, variações de 5,1% e 4,5%. Os dados constam do Gráfico 2.

No acumulado de doze meses, a variação dos custos de produção registrou inflação de 2,2%, com quatro grupos apresentando crescimento significativo de custos. O de maior intensidade foi o grupo “Energia e combustível”, com 16,1% de variação acumulada, enquanto que os de maior impacto, pelos seus pesos relativos, foram os grupos “Volumosos” e “Mão de obra”, respectivamente com 6,8% e 5,7% de variação anual. O grupo “Sanidade e reprodução” acumulou aumento de 3,2%. Já o grupo “Concentrado” apresentou deflação de -2,6%, e o grupo “Minerais” foi o que apresentou menor redução de custos anuais (-10,8%) conforme Gráfico 3.

O Gráfico 4 mostra a variação mensal do ICPLeite/Embrapa. De agosto de 2023 a janeiro de 2024 os custos cresceram. A partir daí, ocorreu uma queda intensa de maneira intensa até abril, iniciando um novo período de crescimento, mas com menor aceleração.

 

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)

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