Observatório do Consumidor: Preço dos lácteos preocupam consumidores

Observatório do Consumidor: Preço dos lácteos preocupam consumidores

19 de agosto, 2022

A questão do preço dos lácteos

Que a inflação está aterrorizando os brasileiros novamente, todos já sabem. Mas, dessa vez, o foco das preocupações tem sido o leite e seus derivados. Só em julho, o leite fluido registrou alta de 25,5%. No acumulado de 12 meses, a alta foi ainda mais significativa: de 66,5%. A causa desse aumento no preço do leite e dos derivados é bem esclarecida na última Nota de Conjuntura do Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa).

No entanto, o Observatório do Consumidor (OC) queria entender melhor a percepção dos consumidores sobre isso. Para isso, foram analisadas todas as postagens sobre leite e derivados no Twitter, em especial, as postagens que mencionavam a palavra preço.

Entre 07 de maio de 2020 e 11 de agosto de 2022, os usuários do Twitter mencionaram os preços dos lácteos 13.420 vezes (Figura 1). Em média, este foi o assunto em 82 tweets por semana. Essa média saltou para 270 tweets/semana desde abril de 2022. E se considerarmos apenas os últimos três meses, o número de menções passa para 386 por semana. Isso significa que realmente os consumidores estão preocupados com a alta de preços dos produtos lácteos.

Pela Figura 1, é possível observar claramente esse movimento de incremento do número de tweets no final da série. Inclusive, o número de menções se aproxima do pico da curva que ocorreu em janeiro de 2021, quando da divulgação das contas do Governo Federal que evidenciavam um grande aporte de gastos com lácteos.

Preços de lácteos que mais preocupam os consumidores

A Figura 2 vem esclarecer um pouco mais sobre a preocupação dos brasileiros acerca da inflação dos lácteos. O produto lácteo mais citado nos tweets – que fazem menção ao preço nos últimos tempos – é o leite, com mais de 50% das citações. E isso reflete realmente a realidade do mercado físico. Nas gôndolas dos supermercados, o produto que teve maior incremento de preços – tanto em julho, quanto no acumulado de 12 meses – foi o leite.

No Twitter, o segundo produto mais citado com relação ao preço, foi os queijos. Isso coincide com o produto que teve maior inflação entre agosto de 2021 e julho de 2022: 27,4%. Em terceiro lugar no ranking de postagens sobre preço está o leite condensado, com 11% das menções. Depois do leite, o leite condensado foi o produto com maior aumento de preços em julho de 2022: 6,7%.

Esses resultados são muito interessantes pois evidenciam que o comportamento no Twitter reflete bem a realidade do mercado e mostra, ainda, que os consumidores estão informados e atentos com relação às mudanças que estão ocorrendo no dia a dia.

A opinião dos consumidores sobre os preços dos lácteos

Para completar a análise a respeito da percepção dos consumidores acerca da inflação que atingiu os lácteos nos últimos tempos, foi empregada a nuvem de palavras. Pela Figura 3, fica evidente novamente a preocupação dos consumidores. As duas palavras de maior destaque na nuvem de palavras são leite e preço. Além disso, existe um grande número de menções ao aumento dos preços, como – por exemplo – com as palavras: caro, aumento, aumentar, aumentando, alturas, subindo, subiu, disparou, inflação.

Fica explícito também a indignação da população, quando se observa muitos adjetivos e expressões, como: reclamando, indignada, preocupado, chocada, surreal. É possível ainda notar algumas menções a embalagens e valores de preços, como por exemplo: litro, caixa, caixinha, dólar, ouro, reais, "7,00", "10,00".

No entanto, a informação mais interessante da nuvem de palavras são as menções à origem do problema. Pode-se notar citações como entressafra, gasolina, combustível, custos, soja, milho, inverno. Isso demonstra que os usuários do Twitter não estão apenas reclamando da inflação, mas também parece que buscam entender o que tem causado tudo isso. Para o setor, isso indica que é importante sempre informar o consumidor, de forma que ele possa entender os acontecimentos.

 

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)

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