Produtores de leite apelam por ajuda de Bolsonaro
08 de fevereiro, 2021
Conforme publicado no Portal Agro em Dia, o produtor gaúcho Rafael Hermann - um dos coordenadores do Movimento Construindo Leite Brasil - fez um apelo para o presidente Bolsonaro apoiar o setor. “O governo Bolsonaro é a nossa última esperança para reestruturar a cadeia leiteira”, afirmou Hermann.
Para ele, é preciso desonerar os impostos que incidem sobre a atividade. pois só assim os pecuaristas de leite poderão ganhar fôlego frente aos altos custos de produção, à elevada carga tributária, à queda dos preços pagos pelos laticínios ao produtor e aos efeitos da pandemia de covid-19.
“Só queremos condições adequadas de trabalho e contamos com o presidente Bolsonaro para resolver os problemas que há mais de 30 anos atrapalham o desenvolvimento do setor leiteiro. Não pedimos subsídios, mas políticas públicas que permitiram equilibrar os custos de produção e a margens de lucro da atividade leiteira. É necessário que possamos ser competitivos para entregar aos consumidores um produto de qualidade, saudável e a preços acessíveis”, pontua o produtor.
A proposta de desoneração de impostos sobre a cadeia leiteira é consenso entre os movimentos Construindo Leite Brasil, Inconfidência Leiteira, União e Ação, e Aliança e Ação - entre outros - que congregam milhares de pecuaristas nas redes sociais. O apelo para que o governo atenda a reivindicação ganhou força com a forte elevação dos insumos para a produção – como concentrados, milho, farejo de soja, medicamentos e ureia.
“O governo tem que olhar para a gente neste momento de enorme dificuldade. Os custos de produção sobem diariamente e as indústrias estão baixando os preços do leite pago ao produtor”, ressaltou Hermann. “O desanimo e desespero estão tomando conta da base produtora. Se não formos apoiados com urgência, o desmonte da cadeia será inevitável, aumentando o abandono da atividade no campo e fechando pequenos laticínios e queijarias.”
Roleta da sorte
Segundo ele, “os grandes laticínios iniciaram as recentes baixas do preço do leite pago ao produtor e foram seguidos por outros, atingido milhares de famílias de produtores”. E “essas quedas do preço, aliadas às importações do produto, acentuaram o desequilíbrio no setor.”
O setor vive como se estivesse apostando na roleta da sorte, compara Rafael. “Quando vê um hectare de milho sequeiro, com a possibilidade de colher até cem sacas, cada uma cotada a 80 reais, e o preço da arroba do boi também alto, o produtor tem que decidir se vai seguir apostando na roleta da sorte do leite, ou se colhe o grão, em vez de fazer silagem, e transforma o rebanho em carne.”
Ele defende a criação de um mecanismo emergencial para frear a alta de insumos ou, então, linhas de crédito com juros mais baixos para os produtores de leite, além da desoneração de impostos sobre equipamentos e peças de reposição usadas na atividade leiteira. “A tonelada de adubo já está custando R$ 2.240,00 e a saca de ureia R$ 115,00.”
Rafael acrescenta ainda que os problemas climáticos têm igualmente afetado o desempenho da atividade leiteira. “Aqui, no Sul do país, tivemos duas secas seguidas. Quando não é a estiagem, é chuva em excesso. Em outras regiões, o clima também tem prejudicado a produção de leite.”
“Cada pequeno produtor que sai da atividade, são dois ou três empregos perdidos. No caso do produtor médio, são no mínimo seis vagas fechadas. É preciso enxergar isso também”, assinala. “A agricultura familiar é geradora de emprego e renda, mas precisa ter condições de competitividade.”
Vídeo Rafael Hermann https://www.facebook.com/100008035095490/videos/2414922902118856
Fonte: Agro em Dia
Foto: Divulgação/Minuto Rural