Setor de laticínios cresce em meio à pressão econômica e fecha 2024 com saldo positivo de empresas

Setor de laticínios cresce em meio à pressão econômica e fecha 2024 com saldo positivo de empresas

14 de junho, 2025

O setor de laticínios brasileiro fechou 2024 com um saldo positivo de 1.792 aberturas líquidas de empresas (total de aberturas menos fechamentos). Encerrando, assim, o ano com um movimento de crescimento moderado, em meio a um cenário de forte concorrência, margens competitivas e pressão inflacionária sobre alimentos.

Apesar da inflação de alimentos (8,23% em 2024) e das tentativas do governo federal de conter os aumentos via redução de tarifas de importação, o setor demonstrou resiliência. "O crescimento do setor é ainda mais relevante quando consideramos o impacto da inflação de alimentos sobre o consumo. Mesmo em um ambiente de renda pressionado e custos mais altos, vimos um avanço consistente puxado pela demanda por produtos diferenciados, frescos, regionais e de produção artesanal, que tem ganhado cada vez mais prêmios internacionais, um reconhecimento merecido e fruto de um trabalho de muitos anos por parte de algumas empresas", explica Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

Dentro do setor, o maior destaque ficou para o “Comércio Varejista de Laticínios e Frios”, que liderou as expansões com 957 aberturas líquidas em 2024, representando uma variação positiva de 3,3% em relação a dezembro de 2023.

No campo da indústria, a “Fabricação de Laticínios” registrou 266 aberturas líquidas, sustentando seu crescimento mesmo em um ambiente de oscilação dos preços do leite e pressão de custos operacionais. Segundo Vasconcellos, “as empresas que investem na diversificação de portfólio e em produtos de maior valor agregado, como queijos finos e manteigas artesanais, conseguem manter a rentabilidade e crescer num mercado desafiador”.

Já o subsetor de “Comércio Atacadista de Sorvetes” também demonstrou vigor, com 386 aberturas líquidas, impulsionadas pela demanda em regiões turísticas e centros urbanos em crescimento. “O crescimento do atacado de sorvetes está diretamente ligado à necessidade de cadeias de frio eficientes e à logística ágil para produtos congelados, especialmente em polos de consumo que se expandem pelo interior do país”, complementa Vasconcellos.

A “Fabricação de Sorvetes e Gelados” teve saldo positivo de 165 aberturas líquidas. A resiliência do segmento está associada à inovação em sabores, formatos de embalagens e no fortalecimento de canais de venda digitais. “A abrangência de marcas regionais, com foco em nichos de consumo, tem sido um diferencial importante para esse crescimento”, afirma Vasconcellos. Atualmente, o setor lácteo nacional conta com mais de 50 mil estabelecimentos ativos, refletindo a dinâmica de crescimento e a necessidade de constante inovação e adaptação às mudanças de mercado.

Apesar do avanço em diversos segmentos, alguns subsetores apresentaram ritmo mais moderado ou retração. O "Atacadista de Leite e Laticínios" teve apenas 44 aberturas líquidas, reflexo das ligações de grandes players e da necessidade de capital de giro elevado para operação. Já o subsetor de "Preparação do Leite" foi o único a registrar saldo negativo, com 26 fechamentos líquidos e queda de 2,3% frente a dezembro do ano anterior . “A preparação primária de leite enfrenta cada vez mais exigências regulatórias e aumento de custos, o que pressiona pequenos produtores e dificulta a sobrevivência de negócios de menor porte”, conclui Felipe Vasconcellos.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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