Três mitos desmascarados sobre gado e mudança climática

Três mitos desmascarados sobre gado e mudança climática

13 de julho, 2020

A produção de gado de leite e de corte é continuamente citada como a principal fonte de gases de efeito estufa (GEE), o que contribuiria substancialmente para as mudanças climáticas. Estas alegações são baseadas em três mitos que agora estão sendo desmascarados por cientistas nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Na realidade, a produção animal pode ser neutra em termos climáticos, diz Frank Mitloehner, especialista em qualidade do ar da Universidade da Califórnia em Davis. Ele falou recentemente na One Virtual Experience (Conferência Virtual da empresa Alltech) .

Mito 1 – O metano, comum na produção animal, atua como outros GEE no ambiente

Existem três principais gases de efeito estufa: Dióxido de Carbono (CO₂), Óxido Nitroso (NO) e Metano. Os dois primeiros são gases de estoque, que têm vida longa e se acumulam na atmosfera. O CO₂ tem uma vida útil de 1.000 anos e o NO de 110 anos. Já, o metano é um gás de fluxo que tem uma vida útil de apenas 10 anos. "A única vez em que se realmente adiciona metano novo à atmosfera com o gado é nos primeiros 10 anos de sua existência", diz Mitloehner. Os níveis de metano não aumentam se o tamanho do rebanho não mudar, pois o metano está sendo decomposto na mesma taxa em que está sendo produzido.

Mito 2 – Os métodos atuais para avaliar o potencial de aquecimento global são precisos

Mitloehner e Myles Allen, da Universidade de Oxford, afirmam que os métodos atuais exageram quanto ao potencial de aquecimento do metano, porque os cálculos não levam em conta o fato de que o metano é um gás de fluxo e está na atmosfera há apenas 10 anos. Os cálculos subestimam a contribuição de CO₂ porque ela permanece na atmosfera por 1.000 anos.

Mito 3 – Para acompanhar a crescente demanda mundial de alimentos, os Estados Unidos devem continuar aumentando o rebanho de gado leiteiro e bovino, aumentando assim as emissões de metano.

Isso ignora o fato de que a indústria de laticínios e de carne bovina nos EUA melhoraram a eficiência e aumentaram a produtividade, ao mesmo tempo que reduziram o número de bovinos. Em 1950, o rebanho de vacas leiteiras americanas atingiu um pico de 25 milhões de cabeças. Hoje, ele possui cerca de 9 milhões de vacas e produz 60% mais leite.

Através da melhoria contínua da eficiência e incentivos para biodigestores e outros sistemas e práticas alternativas de manejo de dejetos, Mitloehner acredita que a produção de metano a partir do gado pode realmente ser reduzida. "Se realmente atingirmos tais reduções de gases de efeito estufa, particularmente GEE de curta duração - como o metano - isso significa que nosso setor pecuário estará no caminho da neutralidade climática", diz ele.

 

Fonte: Farm Milk Journal

Tradução: Equipe Canal do Leite

Disponível em: https://www.milkbusiness.com/article/3-myths-about-livestock-and-climate-change-debunked

  • Vierra Dairy Farm: um meteoro que caiu na raça Jersey

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Vierra Dairy Farm: um meteoro que caiu na raça Jersey

  • BERRETTA: Um touro que mudou a raça Jersey

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    BERRETTA: Um touro que mudou a raça Jersey

  • O incrível rebanho dos recordes que revolucionou a produção leiteira da raça Jersey no mundo

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    O incrível rebanho dos recordes que revolucionou a produção leiteira da raça Jersey no mundo

COMPARTILHAR

CONTEÚDOS ESPECIAIS

Proluv
Top