USDA: O tamanho do rebanho tem um grande impacto nos custos

USDA: O tamanho do rebanho tem um grande impacto nos custos

27 de julho, 2020

Embora não seja tão surpreendente, um novo estudo do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostra uma diferença de quase duas vezes no custo econômico total da produção de leite entre as menores e as maiores fazendas leiteiras do país.

No relatório do USDA para o congresso americano, “Consolidation in US Dairy Farming”, fazendas leiteiras com menos de 50 vacas tiveram um custo total de US$ 33,54 por cwt (cem libras de leite), enquanto os rebanhos de 2.500 vacas tiveram um custo de US$ 17,54.

O estudo, produzido pelo Serviço de Pesquisa Econômica (ERS) do USDA, utilizou dados de 2016. Somente os rebanhos de mil ou mais vacas, em média, tiveram um retorno líquido sobre os custos totais naquele ano. Lembre-se, porém, que 2016 teve o menor preço de leite da década e o menor desde 2009.

Observe também que o estudo inclui todos os custos econômicos. Segundo os autores, “esta medida inclui os custos de oportunidade do trabalho e dos alimentos produzidos em casa (ou seja, o que o produtor poderia ter ganho com o trabalho fora da fazenda ou com a venda dos alimentos para terceiros). A medida também consideraria os custos do capital (gado e estrutura física) da fazenda”.

Quanto ao retorno, o ERS considera as receitas com a venda de leite, vacas de descarte, dividendos da cooperativa e até mesmo o valor de adubo do fertilizante. Assim, fazendas menores tendem a ter retornos brutos mais altos. Por exemplo, os rebanhos com 50 a 99 vacas tiveram retornos brutos em média de US$ 18,53 em 2016, em comparação com US$ 17,44 para os rebanhos com 2.500 vacas ou mais.

Não há uma lacuna muito grande nos custos operacionais entre pequenas e grandes fazendas leiteiras. E os custos totais de alimentação não foram muito diferentes: US$ 9,95 por cwt para rebanhos com 50 a 99 vacas, em comparação com US$ 9,20 por cwt para rebanhos com 2.500 vacas ou mais.

A maior diferença ocorreu nos custos totais com mão de obra. As pequenas propriedades tiveram um custo de mão de obra de US$ 8,14 por cwt, dos quais US$ 7,53 eram mão de obra não remunerada. As grandes fazendas tiveram um custo de mão de obra de US$ 1,85 por cwt, mas apenas 10% desse valor era mão de obra não remunerada. "O verdadeiro custo do trabalho não remunerado para o operador da fazenda é, portanto, o custo de oportunidade – o que os produtores e suas famílias poderiam ter ganho trabalhando em outro lugar, e não na fazenda de leite", afirmam economistas da ERS.

Os economistas também observam que algumas fazendas de todas os tamanhos são lucrativas. “Embora o tamanho do rebanho seja um poderoso determinante de custos e retornos, há uma grande variação de custos e retornos líquidos entre as fazendas….Clima, localização, infraestrutura física e gerenciamento podem afetar o desempenho financeiro de uma fazenda de gado leiteiro”, afirmam.

Ainda assim, os rebanhos com mais de 2.000 vacas podem ser altamente competitivos e – portanto – lucrativos, mesmo em épocas de preços mais baixos do leite. Os produtores de menor custo, com 2.000 ou mais vacas, tiveram um custo total médio de US$ 15,02 por cwt.

Tudo isso sugere que a consolidação do rebanho americano de gado de leite continuará acontecendo. A taxa média de declínio no número de fazendas leiteiras tem sido de cerca de 4% nos últimos 40 anos. Se essa tendência continuar, espera-se que os números de fazendas licenciadas caiam para 31.500 até o final de 2021, abaixo dos 34.000 no final de 2019.

 

Fonte: Farm Journal´s MILK

Autor: Jim Dickrell

Tradução: Equipe Canal do Leite

Disponível em: https://www.milkbusiness.com/article/dairy-herd-size-has-tremendous-impact-on-costs

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