Preços do leite ao produtor são os maiores da série histórica no mês de janeiro
03 de fevereiro, 2020
Segundo o CEPEA, a preço do leite pago ao produtor em janeiro foi de R$ 1,37/litro na “Média Brasil”, com alta de 1,1% frente ao mês anterior e de 2,2% em relação a janeiro de 2019. Este é o maior preço real da série histórica do CEPEA para um mês de janeiro.
Para a entidade, a alta foi decorrente da competição entre laticínios para garantir a compra de matéria-prima em um contexto de oferta limitada – o que é atípico para o período, geralmente caracterizado pelo aumento da produção puxada pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste, com estabilidade no Sul do País. A pesquisa do CEPEA mostrou que o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) recuou 1,2% de novembro para dezembro na “Média Brasil”, devido à queda de 7,3% no Rio Grande do Sul, de 1,4% em Minas Gerias e de 0,5% em Goiás.
O atraso das chuvas limitou o crescimento da oferta no Sudeste e no Centro-Oeste, sustentando os preços em patamares mais altos. No Sul do País, o recuo da produção foi maior do que o esperado, devido aos menores volumes de precipitações. No Rio Grande do Sul, especificamente, as altas temperaturas e a estiagem impactaram negativamente a atividade leiteira, devido à menor disponibilidade de pastagem e também aos prejuízos no plantio de milho para silagem.
Além disso, é importante destacar que o aumento dos custos de produção e o abate de vacas leiteiras, estimulado pelos elevados preços no mercado de gado de corte, também prejudicaram a produção de leite no último trimestre de 2019. A oferta restrita, portanto, levou a curva de preços a fugir do padrão sazonal.
A dificuldade de recuperação da captação leiteira no Sudeste e no Centro-Oeste em plena safra e o encarecimento dos custos de produção preocupam agentes do setor. Os estoques de derivados seguem enxutos, o que estimulou a alta de 5% no preço do leite spot em MG em janeiro. A média parcial de janeiro (até o dia 28) da muçarela negociada no atacado paulista subiu 2,5%, enquanto a do UHT caiu 1,5%, devido à pressão dos canais de distribuição. Assim, a expectativa é de que os preços do leite no campo se mantenham firmes no 1º trimestre de 2020.
Fonte: CEPEA/ESALQ - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada